VIVER EM CONEXÃO COM A NATUREZA

06 Sep 2023 sem comentários daniela

Viver em conexão com a natureza, é um grande desafio nos dias de hoje, mas quando o conseguimos fazer é extremamente gratificante. É gratificante porque sentimos que estamos a viver no nosso verdadeiro ritmo.

Agora vivo numa aldeia, no umbigo de Portugal, no meio de montanhas, o que torna o processo mais fácil, mas mesmo quando vivia no meio da cidade, tentava seguir o ritmo da natureza e alinhar-me com ela o mais possível.

Uma das coisas que procuro fazer há muitos anos é o comer o mais local possível e o mais sazonal possível. A natureza tudo nos dá na altura certa, no local certo, para nos ajudar e aos demais seres vivos a adaptarem-se ao meio onde estão inseridos, para nos nutrir com tudo o que é necessário para que adaptação ocorra e exista harmonia entre nós e o meio. Também respeito a minha constituição, o meu desenho biológico e alimento-me dessa forma. Nós humanos estamos desenhados para ingerir preferencialmente alimentos de origem vegetal, como produtos hortícolas, frutos, leguminosas e cereais integrais. Apenas 1/7 da minha alimentação é peixe e que ingiro muito esporadicamente. Se observarem a vossa dentição descobrirão que a maioria dos dentes que possuímos servem para cortar ou triturar/esmagar alimentos de origem vegetal. Apenas temos 4 caninos, 1/7 dos dentes da nossa boca (se possuirmos a dentição completa). Os caninos servem para rasgar fibra animal. Na minha escolha alimentar além de escolher local e sazonal e preferencialmente produtos de origem vegetal, opto sempre por produtos biológicos, mais parecidos com o que a natureza nos oferece (gostaria de dizer sem químicos, mas seria falso, contudo possuem um teor muito mais baixo de químicos do que os alimentos provenientes da agricultura convencional).

A outra coisa fundamental é respeitar os ciclos e ritmos. O nosso corpo tem um ritmo, um ciclo circadiano que está intimamente alinhado com o ciclo solar. Desperto sempre com o nascer do Sol. Na nossa casa não colocamos estores, persianas ou blackout de propósito, para acordarmos naturalmente com o nascer do dia, com a luz do sol. A hora de ir dormir, confesso que é mais difícil, não vamos dormir na hora do sol se pôr, mas tentamos pelo menos recolher-nos em casa. No Inverno é fácil de respeitar, no Verão mais desafiante, a energia está mais activa e queremos fazer mais coisas. Na cidade conseguimos fazer o mesmo, desde que a iluminação da rua não entre pelo nosso quarto dentro.

Viver em conexão com a Natureza é viver de acordo com as suas leis.

Não é de todo, apenas a harmonia que sentimos ao abraçar uma árvore ou andar descalço no chão da floresta ou na areia da praia. Isso são vivências muito prazerosas e recomendadas. Elas ajudam-nos a alinhar e harmonizar o nosso ser. Não é à toa que os banhos de floresta, shinrin yoku, são uma terapia com conhecidos benefícios para a saúde. Reduzem o Stress, e vários sintomas que estão associados, desde ansiedade, a dores de cabeça, alergias, tensão e fadiga porque ajuda a reduzir a libertação de químicos, como o cortisol, que nos deixam em estado de alerta permanente, ou seja, em stress. Diminuem o ritmo cardíaco e a tensão arterial. Reforçam o sistema imunitário, aumentando a resistência do nosso corpo contra as doenças e a sua capacidade de lutar contra elas.

Eu adoro os banhos de floresta, de me embrenhar na mata, tomar banho nas nascentes, ouvir o chilrear dos pássaros ver o nascer-do-sol e da lua. Observar o céu, as estrelas e ser presenteada com muitas estrelas cadentes. Mas apenas isto, não é viver em harmonia com a natureza, em conexão com ela. É preciso estar em harmonia com as leis da natureza. Isso é estar em harmonia com tudo o que nos rege, com tudo o que rege o nosso corpo (também nós fazemos parte da natureza). É estar em harmonia com o que rege a nossa vida exterior (corpo físico), por meio da fome, do cansaço, do frio e do calor, por exemplo, como o que rege a nossa vida interior (corpo emocional e mental), por meio dos anseios, dos sonhos, dos desejos, da justiça e do amor e também com o que rege a nossa ligação ao todo (o nosso corpo espiritual) por meio da vibração que emanamos e recebemos.

A Natureza é amor, tudo nos dá sem nada pedir em troca.

Uma das leis da natureza é a lei do movimento, na realidade uma enorme lei universal que abrange absolutamente tudo e que estabelece que o movimento é exigido em tudo, sempre. Tudo o que não se move, tudo o que não se usa atrofia. A água parada apodrece, o corpo parado atrofia e enfraquece, uma casa sem movimento fica suja, triste e começa a cair. Estar em harmonia com essa lei significa buscar o movimento, inserir-se no movimento, prestar atenção ao movimento que nos rodeia e estar em sintonia com ele.

A forma como a maioria de nós vive, desconectados da natureza, afastados dela tem criado um desequilíbrio imenso, não só ambiental, mas também emocional, mental e espiritual. A forma que vivemos é insustentável, os alimentos são mais fracos, o solo é menos fértil e a água potável é cada vez mais escassa para a maior parte das pessoas e de todos os seres vivos que habitam neste planeta.

Na realidade, é uma ilusão acreditar que apenas o acto de admirar a natureza gera uma conexão adequada, que plantar e regar uma árvore ou uma planta promove ligação, ou que fazer banhos de floresta produz um vínculo. Claro que é importante e que nos oferece muito benefícios. Mas isso é estar em conexão com a natureza? Precisamos mesmo é de nos tornar menos poluidores por meio do conhecimento, do consumo responsável, da consciência de que não podemos agir como estamos agindo e vivendo segundo os ritmos da natureza, os mais adequados para a nossa essência, para a nossa espécie.

Para ter uma conexão viva com a natureza e usufruir de todos os benefícios e beleza que ela nos oferece, temos que respeitar o nosso corpo, cuidar dele e perseverá-lo. Para isso temos que respeitar as leis naturais e assim oferecer ao nosso ser o melhor alimento.

Vive Consciente!

Daniela Ricardo

Snacks saudáveis para a praia

26 Jul 2023 sem comentários daniela

Verão é, para mim, sinónimo de férias, praia, sol, calor. É nesta altura do ano que muitas vezes fazemos sérios desvios a uma alimentação consciente e natural, a uma alimentação saudável. Mas, não precisa ser desta forma. Existem receitas rápidas e práticas, para que as idas à praia sejam 100% prazerosas e saudáveis.

Selecionei 7 receitas conscientes e naturais, super saborosas e nutritivas para que não se sintam tentados pelas batatinhas e as bolinhas que ouvimos frequentemente apregoar nas praias do nosso país.

Estas receitas são sugestões, fáceis de preparar e de levar para todo o lado, algumas delas uso com frequência noutros ambientes como nas caminhadas pela montanha ou ver um pôr-do-sol junto das margens de um lago, como fiz frequentemente na viagem que fiz no ano passado, com o meu marido, pela Europa, mostrando que é possível fazer uma alimentação consciente e natural, inteiramente biológica mesmo em viagem.

Os critérios de escolher alimentos de origem biológica, locais e sazonais são premissas das quais não abdico. Assim como a preferência por alimentos de origem vegetais, com especial incidência em cereais integrais, leguminosas, frutas e vegetais. Nesta estação devemos ter preferência por alimentos mais leves e frescos, tais como saladas e peças de fruta. Porém, normalmente, quando estamos perante um cenário de mar e areia, a dúvida do que levar para a praia entra sempre em cena.

As sugestões que se seguem podem ser personalizadas e adaptadas aos gostos e necessidades individuais de cada um. Estas são as minhas preferências e o que gosto de levar para desfrutar em pleno de um belo dia de praias.

7 Snacks saudáveis para a praia: 

1. Água aromatizada  

A água aromatizada é uma forma de incentivar o consumo água. Muitas pessoas não têm o hábito de a beber, apesar de ser um elemento indispensável à nossa vida. O nosso corpo é constituído por 70% água, pelo que a ingestão deste líquido extraordinário é essencial. Na praia, como faz calor, é mais fácil desidratar pelo que é importante o consumo regular deste néctar dos deuses.

Ingredientes:

  • 1 jarro de água (de preferência alcalina ionizada antioxidante);
  • 1 maçã aos gomos;
  • ½ limão às rodelas;
  • 1 estrela de anis estrelado.

Coloque a água num jarro, acrescente os restantes ingredientes e deixe o sabor da fruta e do anis passar para a água deixando repousar durante 1 hora. Está pronta a beber, com todos os benefícios da água e os aromas das frutas.

Dica: Pode sempre variar as frutas que coloca para aromatizar a água. Com ervas aromáticas, como a hortelã ou o tomilho limão fica super saboroso.

2.Wrap de vegetais com tofu fumado 

Ingredientes:

  • Folhas wrap bio;
  • Rúcula e rabanetes laminados;
  • Tofu fumado;
  • 1 colher de sopa de azeite;
  • 1 colher de sopa de shoyu.

Corte o tofu em palitos, tempere com um pouco de shoyu. Salteie numa frigideira com o azeite e reserve.

Tire uma “folha” de pão wrap, no centro coloque os vegetais, um palito de tofu fumado (pode também colocar um pouco de molho a seu gosto). Dobre. Primeiro as “pontas”, depois no sentido da colocação dos vegetais e finalmente o lado que falta. Fica semelhante a um envelope. Pode comer assim, ou aquecer numa frigideira ou num grelhador antiaderente. Depois é só embrulhar para desfrutar destes sabores fantásticos a ver as ondas do mar.

3. Bolas de arroz com gomásio 

O meu cereal preferido é o arroz integral. Gosto de arroz de todas as formas e feitios, malandrinho, com legumes, com feijão ou simples. Mas, a mistura de arroz com gomásio, acaba comigo! Fico mesmo “viciada” nessa combinação. Assim resolvi, começar a aproveitar o arroz que sobrava lá de casa, e que já não era suficiente para uma refeição, para fazer este snack delicioso. Escusado será dizer, que às vezes até sobra de propósito!

Ingredientes:

  • 1 Tigela de arroz cozido (pode até ter sobrado da última refeição);
  • 1 Tigela de gomásio (sementes de sésamo tostadas com sal e moídas).

Com as mãos húmidas, molde pequenas bolas de arroz. Envolva em gomásio e já está!

Fácil! Fácil! Fácil! E, delicioso!

4. Temaki (Sushi de mão) 

Eu adoro Temakis, sentir o crocante da alga com o meu cereal preferido e recheados de frutas e legumes, fazem deles uma combinação única e ultra saborosa para estimular as papilas gustativas, num belo dia de Verão. O ideal é levar uma caixinha com todos os ingredientes separados, para que coma o seu temaki acabadinho de montar. É super fácil e mesmo que fique tosco é super saboroso.

Ingredientes:

  • 2 folhas de alga nori cortado em rectângulos (4 porções);
  • 1/2 Tigela de arroz integral cozido;
  • 1 cenoura cortada em kimpira;
  • 1 pouco de rúcula ou agrião;
  • 1 maçã cortada em meias luas;
  • 100g de tofu fumado cortado em tiras e frito (opcional).

Coloque um pouco de arroz em metade da alga uma porção de vegetais acima descritos, em cima do arroz, na diagonal. Molde a alga até obter formato de cone, ficando o recheio a espreitar pela extremidade mais larga.

Está pronto a comer. O ideal é comer assim que termina de o fazer, desta forma a alga manter-se-á crocante e estaladiça.

Outras sugestões de recheio:

  • arroz, sardinha em lata, abacate e cebolinho;
  • arroz, aipo, kiwi e kimpira de cenoura e maionese vegetal.

 

5. Palitos de vegetais com maionese de tofu  

Simples, saboroso, leve e saudável. Este é um petisco super colorido e rápido para partilhar ou comer sozinho.

Ingredientes:

  • 1 pepino;
  • 1 cenoura;
  • 2 talos de aipo;
  • ½ chávena bebida de arroz;
  • 150g de tofu;
  • 1 dente de alho;
  • Raspa de limão;
  • 1 pitada de sal;
  • Orégãos q.b.

Coloque num recipiente a bebida de arroz, o tofu, o dente de alho, a raspa de limão, a pitada de sal e os orégãos e triture tudo com a ajuda de uma varinha mágica. Disponha num copo ou numa tigela o preparado.

Lave os vegetais e corte-os em palitos. Está pronto! Agora é só servir os vegetais palitados com a maionese de tofu.

Dica: Este snack fica também excelente com hummus de grão de bico

6. Fruta fresca 

Este é um snack que fica ao critério de cada um. Já sabem que a minha escolha recai sobre fruta biológica, local e sazonal. Nesta altura do ano a oferta é muito variada, pelo que as sugestões podem ir desde os morangos, pêssegos, nectarinas, melões e melancias. Eu costumo levar 2 variedades diferentes e em média quantidade, pois são alimentos saciantes, refrescantes, hidratantes e cheios de vitaminas, minerais e fibras

7. Vegetais crus  

Adoro comer vegetais crus na praia, em particular cenouras. A cenoura além de ser rica em vitamina A, o que ajuda o nosso corpo a bronzear e a proteger a pele contra os danos do sol, é um alimento refrescante, crocante, cheia de fibras. É um excelente snack. Igualmente bom são pepinos pequenos, talos de aipo, beldroegas do mar. Ou outro vegetal que goste.

Estas sugestões são fáceis de preparar. Todas elas demoram menos de 15 minutos, o que nos permite manter uma alimentação consciente e natural em qualquer lado, mesmo nas férias e quando vamos para a praia.

Atreve-te a ser diferente!

Vive consciente!

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Primavera – Alimentação Consciente e Natural

21 Mar 2023 sem comentários daniela

A alimentação alinhada com as estações do ano, é algo que me faz todo o sentido, por ser uma boa forma de nos ajudar a adaptar ao local onde vivemos e com isso trazer mais vitalidade e energia à nossa vida.

A Natureza, de uma forma natural, oferece-nos os alimentos que são importantes ingerir nas diferentes épocas do ano.

A Primavera é para mim uma estação mágica.

Surge após estação “adormecida” e fria. Sente-se no ar a energia do despertar de um longo e recuperador sono. A temperatura climatérica começa lentamente a subir.

As árvores até então adormecidas mostram os seus rebentos, os campos enchem-se de flores, tudo fica mais verde. Alguns animais começam lentamente a regressar da sua longa viagem, enquanto outros começam a sair dos seus ninhos.

Esta é uma estação com uma energia ascendente.

Tudo brota e cresce em direcção ao céu. Acordamos mais leves, respira-se no ar uma energia mais ligeira, o tempo está um pouco mais quente, anunciando que o Verão vem a caminho. A Natureza prepara-se então para um novo ciclo.

Nós, como parte integrante dela, também nos devemos preparar para o novo ciclo, alinhando-nos para tal, com tudo o que nos envolve!

De acordo com a medicina tradicional chinesa, a energia associada a esta estação é ascendente e os órgãos mais sensíveis e associados a esta energia primaveril são o fígado e a vesícula biliar.

Quando estamos em equilíbrio, ficamos imbuídos de simpatia, tranquilidade e imaginação – sinal que estamos alinhados com a Natureza.

No entanto, quando o ciclo não se completa de forma harmoniosa, o nosso corpo dá o alerta. Irritabilidade, depressão e confusão, são emoções que podem surgir nesta altura do ano e sem razão aparente. Este pode ser o sinal de que o fígado e ou a vesícula não se encontram em equilíbrio.

Já reparou que quando vemos alguém zangado sem motivos aparentes, ou facilmente irritável pensamos “que maus fígados, ele tem!”. De facto, o nosso fígado é o órgão que controla as emoções como a ira e a zanga.

A forma mais directa e imediata de ajuste do nosso corpo, mente e espírito é através da comida!

Através dela vamos ajudar o nosso corpo a aproveitar a energia da Primavera e a lidar tranquilamente com esse jorro de energia “positiva” que a Terra emana e que os nossos sentidos captam.

Na cozinha devemos adaptar os métodos culinários.

Estes devem ser mais leves, menos condimentados e com maior utilização de produtos fermentados (como a chucrute e os pickles) do que durante o Inverno.

Os métodos culinários a dar mais ênfase deverão ser os salteados, os germinados, os cozidos no vapor e os escaldados. Estes são métodos culinários que contêm em si uma energia ascendente, mais leve que os assados e os longos cozidos do Inverno.

Por serem mais rápidos, a energia que nos transmitem é também indutora de maior disponibilidade e frescura física e mental, tão necessária para “sairmos da hibernação” e entrarmos na Primavera.

Os alimentos que escolhemos também têm importância.

No que diz respeito a cereais, na Primavera devemos dar mais ênfase à cevada, um cereal importante para eliminar as gorduras consumidas no Inverno e levar a um bom funcionamento do nosso fígado, pois ajuda a limpar e a desintoxicar.

O trigo é também um cereal de relevo nesta estação porque beneficia o fígado, tonificando-o. Apesar destes dois cereais estarem destacados, todos os outros podem e devem ser consumidos. O verdadeiro equilíbrio está na variedade.

No que respeita a fruta e legumes é sempre fácil. O segredo é, escolher os que são da época, dando algum destaque à escolha de rebentos (germinados), pois representam por si só o elemento desta estação.

Legumes que encerrem em si uma energia ascendente, característica da Primavera são por exemplo o alho francês, os brócolos e o cebolinho.

Os vegetais verdes devem ser consumidos todo o ano, visto serem essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo, particularmente do fígado, estando também em destaque nesta estação.

Cada estação tem um sabor predominante a que se deve dar um pouco mais de realce. Na primavera é sabor ácido, que se obtém em alimentos como sumo e raspa limão, vinagres, pickles, choucroute, etc.

A quantidade de comida ingerida deve começar a ser menor.

Isto para que o fígado saia do processo de digestão ainda com muita força, fazendo-nos andar de bom humor e vontade de explorar o mundo.

As flores são também algo que nos levam de imediato para a energia da Primavera. Existem muitas flores comestíveis que podemos e devemos usar. Faço apenas uma ressalva, para o tipo de flores que usa. De preferência use flores de plantas que foram cultivadas para aplicação gastronómica, ou que sejam silvestres.

As flores ornamentais não são adequadas para a alimentação, porque possuem muitos químicos e pesticidas que são extremamente prejudiciais ao nosso organismo.

As pétalas contêm compostos fenólicos (conhecidos pela ação antioxidante e anti-inflamatória) e flavonoides, que têm efeito anti-inflamatório, antimicrobiano e antiviral.

Na Primavera, as mais comuns e de sabor doce são os amores-perfeitos e as violetas, e de sabor amargo, os crisântemos. Passando levemente pelo sabor ácido, mais benéfico nesta estação temos as begônias e calêndulas e, de sabor picante, as lindas e abundantes capuchinhas.

Fica aqui uma receita fresca e saborosa, que aprendi numa das viagens à Índia e que podem encontrar no meu livro “Viagens da Comida Saudável”. Fresca e cítrica como a estação merece.

Arroz Limonado

Esta é uma receita muito popular na Índia sul, e servida em quase todos os locais por ser fácil de fazer. É muito agradável, quer no sabor, quer no aroma. Pode ser feita com arroz acabado de cozer, ou com arroz que tenha sobrado.

Ingredientes:

  • 3 chávenas chá de arroz agulha integral cozido;
  • sumo de ½ limão;
  • raspa de 1 limão;
  • 1 colher de chá de sementes de mostarda;
  • 1 colher de chá de curcuma (açafrão);
  • ¼ de chávena de chá de nozes;
  • 3 colheres de sopa de azeite.

Preparação:

Se ainda não o fez, comece por cozer o arroz. A proporção é uma chávena de arroz para duas de água. Se está a cozinhar arroz integral, como sugiro, o ideal é que tenha ficado de molho pelo menos quatro horas. Mas se não o fez, coza-o mesmo assim.

Coloque o arroz na panela, a quantidade correspondente de água, e uma pitada de sal marinho. Quando começar a ferver, tape e reduza para o mínimo até estar cozido. Assim que estiver pronto, coloque num recipiente frio para que arrefeça e não continue a cozer.

Agora que já temos o arroz, numa sertã ou frigideira (nunca sei que termo utilizar de tão dividida que ando entre o norte e o sul), toste as nozes devidamente descascadas e partidas até ficarem douradas e reserve.

Aqueça o azeite numa panela, ou na mesma sertã, e adicione as sementes de mostarda. Assim que começar a crepitar, acrescente o açafrão, as nozes e a raspa de limão. Reduza o lume, para não queimar.

Adicione o arroz, envolva bem. Tempere com o sumo de limão e envolva bem novamente. Desligue e deixe o arroz repousar tapado, durante 5 minutos, para que os sabores se integrem.

Está pronto a servir, acompanhado por dahl, massala seitan, palak tofu ou o que mais lhe aprouver.

Como a estação em destaque é a Primavera, não se esqueça dos vegetais verdes salteados ou cozidos no vapor.

Dica: acrescente às sementes de mostarda uma colher de café de sementes de coentros e sirva com raspas de limão, fica ainda mais aromático.

Atreve-te a ser diferente! Vive consciente!

Daniela Ricardo

Celebração além da comemoração

18 Jan 2023 sem comentários daniela

Eu adoro celebrar. E vejo que em todos os dias há motivos para a celebração. Naturalmente cada aniversário marca um início de um novo ciclo, um novo ciclo cheio de novas potencialidades.

Celebrar a vida é, para mim, muito importante. É uma das práticas que me ajuda diariamente a honrar o dom da vida, a agradecer aquilo que sou, que tenho e que é, e que me ajuda também nos meus processos de maior dor e desafio. Nem sempre é fácil celebrar, mas todos os dias lembro-me que estou a bater o meu record pessoal de número de dias consecutivos viva. E isso, por si só, já é motivo de celebração.

Celebrar não tem de ser em euforia, pode ser de forma calma e serena. Celebrar pode ser visto  como mais do que apenas comemorar. É um estado de Ser que pode ser activado a qualquer instante.

Lembrei-me de escrever sobre isto porque a maioria das vezes associamos a celebração apenas a festas e a eventos, a comemoração. Mas, para mim a verdadeira celebração é muito mais do que isso. Celebrar é estar grato.

Claro que celebrar aniversários é importante, pois marca o início de um novo ciclo. No entanto é de notar que existem momentos difíceis em que não temos vontade de celebrar, mas é precisamente nesses momentos que honrar e celebrar a vida pode fazer toda a diferença. Fui enfermeira 20 anos no IPO do Porto, vi muitas situações que me levavam agradecer a dádiva da vida. É giro ver de forma retrospectiva, como em cada situação podemos sempre ver algo positivo e estar gratos.

Agradecer para mim faz parte da celebração. Lembro-me que estava em viagem na altura que o meu pai partiu para a vida maior.  Nós nunca fomos muito próximos, desde os meus 6 anos, deixamos de ter contacto e fui conhecê-lo já tinha mais de 36 anos. Apesar de toda a ausência, sei que fez o melhor que sabia e agradeço-lhe de coração parte do dom da vida. Por isso celebrei genuinamente a sua passagem honrando essa dádiva. Quando estamos gratos por algo nas nossas vidas conseguimos celebrar genuinamente. Para mim a gratidão é uma forma de celebração. A gratidão brota do profundo do nosso ser, do nosso coração e ajuda-nos a aceitar a vida tal como ela é, perfeitamente imperfeita.

Agradecer e Celebrar pode realmente ajudar-nos a curar processos em nós e nas nossas vidas, e pode ajudar-nos também a lidar com os desafios. Nos momentos mais desafiantes agradecer pode não ser fácil, mas é forma de aceitação, pois tudo tem sempre um propósito.

Convido-vos a activar de forma consciente a Celebração nas vossas vidas. Experimentem celebrar diariamente e observar os efeitos dessa práctica. Celebrar não significa ignorar a dor, tapar com alegria a tristeza que sentimos. Celebrar é estar grato por algo, pela dádiva da vida e por todos os ensinamentos que ela encerra.

Celebro agradecendo do fundo do meu coração a inspiração para todos estes artigos que aqui encontras, todas estas partilhas têm sempre algo que inspira e ajuda alguém por isso devemos estar gratos. Celebro a continua partilha e aprendizagem.  Celebro agradecendo.

Como o nosso ser, se alimenta de várias formas e nas suas mais variadas esferas. Já alimentamos o corpo mental com a leitura, os corpos emocional e espiritual com a vibração que passamos a sentir com a gratidão. Falta alimentar o corpo físico. Como eu amo comida e estamos também a celebrar com festa e alegria, segue uma receita de um bolo que tenho a certeza fará as delícias de todos vocês. Imaginem só… brownie sem ovos, sem leite, sem açúcar de cana e sem farinha.

Segue o link para te deliciares com esta receita.

BROWNIE

Vive Consciente!

Daniela Ricardo

Rir faz bem à alma!

17 Jan 2023 sem comentários daniela

Todos nós gostamos de rir e é unanime que uma boa risada muda o nosso humor, para um estado mais positivo. A propósito do riso, dia 17 de Janeiro, comemora-se o dia Internacional do Riso. Um bom motivo para nos relembrar deste pequeno comportamento humano que faz toda a diferença nas nossas vidas.

O filósofo Helmuth Plessner deu ao sorriso uma posição especial entre as diversas expressões faciais. Não falou do riso em si, mas não há riso sem sorriso. O sorriso é ambíguo e pode ser atribuído a uma vasta multiplicidade de ocasiões e possui uma ampla “diversidade de tons afetivos”. Ele chamou ao sorriso de “expressão facial do espírito”. A verdade é que quando sorriso e soltamos uma boa gargalhada existe algo que muda dentro de nós.

Há muitos anos, fiz um curso de Yoga do Riso ou Terapia do Riso. Confesso que é uma técnica que pouco utilizo como a aprendi, pois, o riso é uma constante na minha vida, mas que me mostrou muitos aspectos importantes e fisiológicos deste acto. Digo em tom de brincadeira que a minha mãe me fez perfeita, isto porque estou sempre a rir ou que estava muito feliz quando tal aconteceu.

Sabrina Tacconi, terapeuta do riso, destaca a importância do riso na vida das pessoas e os seus benefícios, que não são só emocionais e mentais, mas também físicos. Rir melhora a oxigenação, o sistema cardiovascular e ajuda à libertação de serótina (um antidepressivo natural) e de endorfinas também conhecidas por hormonas do prazer.

O riso é muito importante nas nossas vidas, sobretudo em termos de expressão emocional. Ele faz parte do comportamento humano, é regulado pelo cérebro e auxilia-nos a indicar com maior clareza as suas intenções, por exemplo durante interacções sociais. É em si uma forma de comunicação. Vivemos numa sociedade em que estamos rodeados e mergulhados em informação. Funcionamos muito com raciocínio e lógica, isto é, com o hemisfério esquerdo do cérebro. Estamos sempre atentos, despertos de como temos de agir e reagir. Quando rimos, activamos o hemisfério direito do cérebro, que está relacionado com a nossa parte mais criativa, mais instintiva, intuitiva e relaxada. Ao activar o lado direito do cérebro conseguimos criar em nós uma espécie de libertação emocional. O resultado é o encontro do equilíbrio e muitos benefícios na saúde, alguns deles já descritos anteriormente.

O nosso organismo precisa apenas de cerca de 10 minutos para que o cérebro se active através da gargalhada, e comece a libertar substâncias químicas positivas para nós, como são exemplo a serotonina e as endorfinas. Esta activação faz descer o cortisol, que é a hormona do stress, fazendo com que o nosso organismo beneficie dessa diminuição. Então, rir diariamente, seja de forma natural ou provocada (como aconteça no Yoga do riso), durante 10 minutos, consegue por o nosso cérebro num estado mais positivo e o nosso organismo também funciona melhor. Limpamos os pulmões [através da oxigenação], melhoramos o sistema cardiovascular e fazemos massagem interna. O riso, que parece uma coisa muito simples, e é, ancora inúmeros benefícios a nível físico, mental, emocional e provavelmente espiritual.

A magia é que mesmo se não tivermos vontade de rir e o começamos a fazer o nosso corpo a fim de algum tempo começa a fazê-lo com vontade e a risota será mesmo satisfatória. O nosso cérebro não consegue distinguir um riso com início provocado de um espontâneo, pelo que os benefícios se mantêm.

Este é um bom alimento para a alma. E como a alimentação é uma parte fundamental da minha vida. Tudo é alimentação, o riso é também ele um alimento que gosto que faça parte da minha ementa.

Receitas que nos proporcionam prazer e tem propriedades benéficas como o riso, pela libertação de serotonina, são as que nos seus ingredientes têm cacau. Todos nós conhecemos a sensação de bem-estar e prazer que um bom pedaço de chocolate nos traz. Esta sensação provém da libertação da serotonina, causada pela ingestão de cacau.

A receita que vos deixo tem duplamente este efeito: pelo consumo de cacau e pela risada boa que sempre acontece, quando dizemos o nome e quais os outros ingredientes que compõem a receita.

CHOCO ZENZAI

Vive Consciente!

Daniela Ricardo

Corpo São – a Importância da Alimentação

13 Jan 2023 sem comentários daniela

Quando penso em “corpo são” surge automaticamente a frase “Mente sã, corpo são!” na minha cabeça. Talvez seja uma formatação da minha vivência, mas certo é que encontrar o equilíbrio entre o corpo e a mente é algo que nos ajuda viver com qualidade. O nosso corpo envia-nos sempre sinais de como está. É preciso aprender a escutá-lo, a parar a ouvir e perceber o que ele nos está a dizer. Quando o corpo nos mostra que algo está em desequilíbrio, em desarmonia é necessário parar para o escutar e adoptar prácticas que dêem prazer e façam bem de dentro pra fora. O equilíbrio entre corpo e mente é fundamental para nos sentirmos com a saúde em dia.

A alimentação consciente e natural, do meu ponto de vista, é uma dessas práticas que nos ajuda a equilibrar e nutrir todo o nosso ser, nas suas mais diversas dimensões. Confesso que a alimentação nem sempre esteve em cima da mesa, para mim, como algo realmente importante para uma vida saudável, equilibrada e vibrante, porque eu não percebia tudo o que a alimentação engloba.  Aprendi primeiro com a experiência e mais tarde com estudo a sério acerca da alimentação e do impacto que tem no nosso corpo.

A saúde foi sempre algo importante e presente na minha vida, talvez por isso fui enfermeira durante 20 anos, na Unidade de transplantes de Medula, do IPO-Porto. Mas, trabalhar no que chamamos saúde não foi o que me chamou a atenção para a importância do que colocamos no nosso corpo. O que me fez despertar, para esta temática da alimentação, foi ter-me tornado vegetariana, por praticar Yoga e querer ter mais elasticidade para fazer as posturas “excêntricas” que os professores faziam. Tornei-me vegetariana e posso dizer que fazia muitas asneiras em termos de equilíbrio nutricional, pois o meu único critério era não comer animal ou “bicho morto”, como dizia o meu professor de yoga. Sim, podemos ver vegetarianos a comer mal e desequilibradamente. Foram as alterações que aconteceram no meu corpo, que mostrava cada vez mais estar a ficar em “desequilíbrio” que me fez acordar para este novo mundo. Aprender o poder curativo, ou não do alimento, e o que que devemos sempre ter no prato mudou a minha visão sobre a alimentação.

Hoje, a alimentação é, para mim, muito mais vasta do que o simples acto de comer. Sinto e percebo que tudo é comida, tudo é alimento.

Para que possam entender o meu ponto de vista, começo por explicar que todos temos quatro corpos que identificamos sem problemas: o físico, o mental, o emocional e o espiritual. Todos eles necessitam de ser nutridos e todos eles se influenciam. A alimentação deve ser entendida como tudo o que o nosso corpo absorve, seja através da comida, seja através dos pensamentos e emoções.

Quando nos alimentamos, o nosso corpo absorve os elementos que lhes são úteis e procura desembaraçar-se daqueles que lhe são estranhos ou nocivos. Nem sempre estamos conscientes disto e percebemos que por vezes o nosso organismo (corpo e mente) não está em condições de fazer a discriminação entre o que é benéfico e não. Nem sempre temos consciência que a “alimentação” pode ter um efeito nocivo com consequências na nossa saúde física e mental. Nem sempre estamos conscientes da forma como isso afecta a nossa vida e a vida das pessoas ao nosso redor.

Importante manter presente que quando ingerimos algo, esse algo irá de alguma forma fazer parte de nós. Primeiro entra na nossa corrente sanguínea e alimenta todas as nossas células e tecidos, inclusive as células do nosso sistema nervoso. Isso influencia a qualidade dos nossos pensamentos e até a forma como percepcionamos o mundo e interagimos com ele. É fácil de perceber, se vos der um exemplo. Que tudo o que ingerimos alimenta o nosso corpo, os nossos tecidos e células é fácil de perceber. O mais difícil é como afecta os nossos pensamentos. Dar-vos-ei um exemplo bem simples e que quase todos já experimentaram. Beber álcool, apanhar uma bebedeira ou ficar animado com um copo de vinho. O álcool, como os demais alimentos, entra rapidamente na nossa corrente sanguínea, nutre de açúcar todas as nossas células, inclusive as do sistema nervoso. Quando estamos embriagados, muitas vezes temos uma percepção bem diferente do mundo e de nós próprios. Os tímidos ficam ousados, os ousados ficam introvertidos e a forma de interagir com o mundo muda, pelo menos momentaneamente. A influência do que comemos no que pensamos, como interagimos com o mundo, está sempre presente, embora a velocidade a que ocorre por vezes seja demasiado lenta (se compararmos com o álcool) para que percebamos as mudanças que ocorrem.

Com este exemplo tão simples, fica mais perceptível que o que comemos não afecta só o nosso corpo físico, afecta todos os outros. E os outros acabam por afectar também o nosso corpo físico. Todos eles são importantes e complementares, formando cada um de nós. Todos eles fazem parte de um “todo”. Devemos nutrir esse “todo” com respeito e amor, não descurando nenhuma das partes.

Tudo o que ingerimos, seja alimento físico ou não, como é o caso da música, das emoções, dos pensamentos, é uma forma de nos nutrir. O alimento físico, a comida, é aquele que tem um efeito mais rápido e visível, pois a escolha é muito objectiva e palpável.

Falando mais concretamente do alimento físico, aquele que é mais fácil de controlar e o que se tornou a minha paixão, objectivo o que é isto de uma alimentação consciente e natural. Do meu ponto de vista é uma forma de nos alimentarmos que tem em consideração todas as dimensões do nosso ser e que do ponto de vista físico considera a nossa constituição, a nossa condição física, o nosso propósito, o local onde vivemos, a nossa idade e que assenta maioritariamente em alimentos de origem vegetal, locais e preferencialmente biológicos.

Na Pirâmide acima podem perceber a base do meu modelo alimentar, que não é muito diferente da que vemos recomendada por muitos organismos. O que eu preconizo é a ingestão de comida, alimentos de verdade como cereais integrais, leguminosas e vegetais, embora todos os grupos sejam contemplados, e evito a ingestão de alimentos processados.

A comida é mesmo algo importante para a nossa sobrevivência e talvez por isso foi estudada intensa e extensivamente. William Prout, em 1827, chegou à conclusão que os humanos necessitam de 3 macronutrientes para garantir a sua sobrevivência e desde então tem sido objecto de estudo saber qual a quantidade ideal de cada um desse macronutrientes para optimizar a nossa saúde. Este foco nos nutrientes em vez de na comida tem levado a muitas confusões e são o motivo pelo qual cada vez mais pessoas estão confusas. Um entendimento ligeiro sobre os nutrientes e as suas funções pode ajudar a esclarecer e a escolher melhor a nossa comida. No entanto o nosso foco deve ser a comida e não os nutrientes, pois em última instância nós ingerimos comida e não nutrientes.

Os macronutrientes de que Prout falava são os Hidratos de Carbono (os açucares), as Proteínas e as Gorduras. No entanto apenas com estes macronutrientes teríamos uma alimentação muito deficitária pelo que é necessário incluir os micronutrientes – Vitaminas e Minerais – assim como as Fibras.

 

Os Hidratos de Carbono (Os Açúcares)

Os hidratos de carbono são essenciais para a nossa actividade diária, pois são a base para adquirir glicose, um nutriente fundamental para alimentar as funções do nosso organismo. Assim sendo, a base da nossa alimentação devem ser os hidratos de carbono, mas nem todos eles são saudáveis e têm o mesmo comportamento no nosso organismo. Existem vários tipos de açúcares ou de hidratos de carbono, de uma forma básica e despretensiosa podemos dividi-los em açucares simples e açúcares complexos.

É muito diferente ingerir açúcares simples e açúcares complexos, apesar de no final do processo digestivo todos se converterem em açúcares simples. Quando ingerimos açúcares simples obtemos energia mais rapidamente. Mas a resposta orgânica é a seguinte: assim que o pâncreas detecta níveis altos de açúcar no sangue (hiperglicemia) segrega insulina, na tentativa de manter os níveis de açúcar normais e desta forma os níveis de glicose (açúcar) tendem a baixar muito rapidamente podendo criar uma hipoglicemia reactiva e um consequente armazenamento desse açúcar sob a forma de camada adiposa, geralmente nas zonas do corpo que mexemos menos. A ingestão excessiva de açúcares simples tende a criar um comportamento emocional mais instável uma vez que as nossas emoções estão profundamente ligadas com as flutuações dos níveis de açúcar no sangue e a criar o indesejado “pneuzinho”.

Quando ingerimos açúcares de absorção lenta, ou açúcares complexos a nossa resposta fisiológica não é esta. O que acontece quando ingerimos este tipo de açúcares, provenientes dos cereais, vegetais e leguminosas, é que a obtenção de energia é mais lenta, pois o desdobramento dos açúcares e posterior absorção é bastante mais lenta, por as cadeias serem mais longas. Desta forma o nível de açúcar no sangue sobe numa fase inicial e estabiliza, não atingindo valores elevados de hiperglicemia, não levando a uma resposta reactiva do pâncreas para armazenar o açúcar em presente na circulação sanguínea. A obtenção de energia lenta e gradual leva a uma maior estabilidade emocional.

 

As Proteínas

Alimentos ricos em proteínas podem ser de origem animal e vegetal. As proteínas são muitas vezes consideradas como os blocos de construção para os tecidos no nosso corpo. Mas elas servem muitas outras funções importantes na regulação do corpo, como função imune de suporte e uma variedade de outros papéis em nossa fisiologia.

Hoje em dia constato que o consumo proteico está sobrevalorizado, principalmente no mundo desportivo, por ser importante para a obtenção de massa muscular. No entanto é importante salientar que o consumo excessivo de proteína pode prejudicar o funcionamento renal. No início esta alteração é apenas energética, perceba-se que não é palpável, mas que o nosso corpo começa a dar sinais desse desequilíbrio. A energia do rim é a energia reguladora dos órgãos água (estes englobam os órgãos reprodutores além dos órgãos do sistema urinário) e por isso é cada vez mais frequente existirem pessoas com uma dieta muito rica em proteína com diminuição da libido, impotência sexual e frigidez.

Em geral, as fontes animais de proteínas como peixes e ovos fornecem todos os aminoácidos essenciais em concentrações suficientemente elevadas motivo pelo que são considerados alimentos de proteína completa. Em contraste, as fontes de proteínas de origem vegetal como feijão, lentilhas, nozes e tofu tendem a ser consideradas fontes incompletas de proteína.

Na verdade, os benefícios para a saúde que advém da substituição de proteínas de origem animal por vegetais superam o risco de ficar aquém dos aminoácidos essenciais. As proteínas vegetais podem ser combinadas com outros alimentos para fornecer um perfil completo de aminoácidos, como acontece com a combinação brasileira de feijão com arroz, ou no milho e feijão preto, arroz e lentilhas. Além disso ingerir mais alimentos proteicos vegetais ajudam no equilíbrio total do nosso organismo porque contêm mais fibra e menos gordura, especialmente gordura saturada.

Fisiologicamente precisamos de menos consumo de proteína do que normalmente fazemos. Reduzir a quantidade que colocamos no prato para ¼ do tamanho do prato é mais do que suficiente e acima das nossas reais necessidades.

As Gorduras

As gorduras são também nutrientes importantes e essenciais, mas que devem ser consumidos com conta, peso e medida. As alimentares podem ser divididas em duas famílias, as gorduras saturadas e insaturadas.

Qual é a linha de actuação quando se trata de alimentos que contêm gordura? O que escolher?

Provavelmente a recomendação mais sensata é desfrute de quantidades razoáveis de alimentos que contêm principalmente gorduras insaturadas como as naturalmente encontradas no azeite, nozes e abacates. Evite todos os alimentos que contenham gorduras trans, que promovem a formação de placas arteriais e aumentam o risco de doenças cardíacas.  E limite ou elimine a ingestão de alimentos, como carnes vermelhas, que são ricos em gorduras saturadas.

 

As Vitaminas e os Minerais

As vitaminas e os minerais são elementos fundamentais ao bom e correcto funcionamento do organismo. As Vitaminas são elementos orgânicos que estão presentes nas plantas e nos animais. Os minerais são elementos inorgânicos provenientes da Terra, do Solo e da Água, e que são absorvidos pelas plantas. Os humanos e os animais adquirem e absorvem estes minerais através das plantas, quando os ingerem.

As vitaminas são cruciais para a manutenção de uma boa saúde da pele, do cabelo, dos olhos e do sistema imunitário. Enquanto os minerais são fundamentais para o desempenho de diversas funções no organismo como transformação de alimentos em energia e a composição dos ossos e dos dentes.

As vitaminas e os minerais são, portanto, micronutrientes essenciais para o nosso corpo crescer, se reparar e funcionar normalmente.

 

As Fibras

Apesar de não ser um “nutriente”, as fibras alimentares são um componente muito importante da nossa alimentação, diria mesmo essenciais e muito descurada nos dias que correm. As fibras consistem basicamente na parte não digerível dos alimentos de origem vegetal, das plantas. Ou seja, compreende as partes comestíveis dos vegetais que o nosso intestino delgado é incapaz de digerir e absorver, passando para o intestino grosso intactas. O facto de não poderem ser absorvidas e atravessarem todo o tracto digestivo é que lhes confere essa importância, pois promove a saúde do nosso aparelho digestivo ajudando-o a limpar-se e a manter a sua motilidade. São estes resíduos não absorvíveis da nossa alimentação que ajudam o nosso corpo a remover os produtos de eliminação produzidos pelo nosso corpo.

Depois de toda esta explicação pode parecer confuso e difícil de manter um corpo são, em equilíbrio em todas as suas dimensões, mas não é.  Do meu ponto de vista, de uma forma genérica, precisamos de colocar no nosso prato hidratos de carbono complexos (o combustível do nosso corpo de absorção e consumo lento), fibras vitaminas e minerais (digamos que são o que mantêm a nossa máquina oleada e que obtemos facilmente através de alimentos de origem vegetal), reduzir a quantidade de proteína vegetal ou animal para ¼ do prato. As gorduras estão presentes em muitos alimentos, pelo que não dou grande relevância, se se tiver uma alimentação rica e variada, assente em produtos mais locais e sazonais.

Vive Consciente!

Daniela Ricardo

Picante – um sabor do Mundo

18 Oct 2022 sem comentários daniela

Quando se fala de comida picante somos quase sempre transportados para paragens longínquas. No meu caso, por fazer tantas viagens pelo mundo com a Zen Family, vou directamente para oriente.  A minha mente viaja de imediato para o Nepal, Butão e Índia, embora a comida picante seja apanágio de outros destinos como México, Tailândia e vários países africanos.

Nós por cá temos muitas vezes a idéia que o picante aquece, o que não é de todo mentira, uma vez que a sensação de ardor nos faz sentir muitas vezes como um dragão a cuspir fogo e a transpirar. A verdade é que se observarmos com um pouco mais de atenção, percebemos que o picante é usado na maioria das vezes em países nos quais o calor se faz sentir de uma forma bem mais intensa do que aqui em Portugal.

Uma das coisas que percebi em viagem é que o picante ajuda a resistir ao calor e ajuda o corpo a resistir a muitas doenças. No Nepal corre a história que o povo Tharu (um grupo étnico indígena que vivia nas bases montanhosas do sul dos Himalaias) é conhecido por ser naturalmente imune à malária que afectou esta área de rios, lagos e selva luxuriante, que é Chitwan. A população circundante ainda hoje atribui essa façanha à alimentação do povo Tharu, que sempre foi dominada por um sabor intenso a picante, acompanhado por aguardente de arroz. Mais tarde verificou-se que esta resistência pode ser causada por uma alteração genética deste grupo étnico, mas a verdade é que este tipo de alimentação também ajudou.

Os alimentos picantes têm imensas propriedades. Por causarem dor, isto é uma dor ligeira associada à ardência provocada, a sua ingestão faz com que o nosso cérebro produza endorfinas que combatem a dor (pela acção analgésica) e nos proporcionam prazer. Nuno Crato, no seu livro “Passeio Aleatória pela Ciência do dia a dia”, refere até que o tempero picante é quase um sedativo, mas um sedativo benigno.

Em doses normais, a pimenta, ou o picante além da libertação de endorfinas e da acção analgésica, têm efeitos tónicos e antissépticos, estimula os sistemas circulatório e digestivo e aumenta a transpiração. Da minha observação, esta propriedade antisséptica pode ser uma explicação para que em tantas zonas cujas condições de vida não são as desejáveis, não existam assim tantas doenças.

Está comprovado que a alimentação picante pode ajudar a prolongar a esperança média de vida, ajudando a reduzir a probabilidade de contrair algumas doenças e a tratar de outras. Os principais benefícios derivam da capsaicina, componente presente principalmente na malagueta e pimenta caiena.

Além de aumentar a temperatura do corpo e nos fazer transpirar, o picante também traz outros benefícios para a saúde, como:

  • Ajuda a perder peso devido ao seu efeito termogénico e consequente aceleramento do metabolismo.
  • Previne e ajuda a tratar doenças cardiovasculares, uma vez que que os componentes picantes ajudam a aumentar o fluxo sanguineo.
  • A capsaicina tem efeito anti-oxidante, antimicrobiano, anti-inflamatório e previne o cancro.
  • Melhora a aparência da pele, pois a transpiração abre e limpa os poros.
  • Ajuda a tratar a artrite e fibromialgia através da ação anti-inflamatória e analgésica.
  • Previne gripes e constipações devido às propriedades antimicrobianas e antivirais.

O picante é usado em todo o mundo, e em Portugal, África e Brasil desde que o Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia e trouxe esta especiaria que começou a ser cultivada por todo o mundo, deixando de estar apenas na mesa dos mais abastados.

Um outro país que usa e abusa do picante é o Butão. De todas as viagens que já fiz pelo mundo, talvez este seja o local onde o seu consumo é mais intenso. Até mais do que na Tailândia, onde tive a minha primeira experiência de “dragão” e do que a Índia!

Tudo no Butão leva picante. Malagueta em doses avultadas e todos adoram este tempero, que começam a ingerir desde muito pequenos. É muito engraçado ver que muitos de nós ficamos com o ardor característicos desta substância, vermelhos e transpirar e que os butaneses passam imunes a este efeito, que causa muitos momentos de diversão tanto para nós como para eles.

Ficam aqui duas receitas, uma do Butão e outra da Tailândia, que podem encontrar nos meus livros “Sabores do Viajante” (já vencedor em Portugal com o primeiro prémio do Gourmand Award na Categoria Heath & Food) e “Viagens da comida Saudável”, respectivamente, para assinalar este dia internacional da comida picante.

Espero que gostem. Bom proveito e boas viagens!

Daniela Ricardo

Alho Negro – o que é e como usar?

08 Mar 2022 sem comentários daniela

O alho por si só, o fresco tem inúmeras propriedades terapêuticas.  É um anti-inflamatório e um antibiótico natural poderoso. Eu adoro alho e utilizo bastante na minha cozinha, quer como tempero, quer como mezinhas.

O alho negro é algo que conheço há alguns anos (não muitos!)  do qual sou fã.

O alho negro é obtido a partir do alho fresco, através de um processo que consiste na sua fermentação a temperaturas controladas que se situam entre os 60ºC e os 90ºC, com uma humidade também controlada, entre 70 a 90%, por um determinado período de tempo.

Este processo vai tornando o alho cada vez mais escuro devido ao processo de fermentação, em que se dá a conversão de alguns dos componentes do alho, como é o caso da alicina, que dá origem a alcalóides e flavonóides, que conferem propriedades ao alho negro.

Em comparação com o alho fresco, o alho negro possui um sabor mais doce, uma textura mais elástica ao mastigar e um cheiro mais suave. Possui mais compostos antioxidantes, como polifenóis, flavonóides e compostos organossulfurados que proporciona diversos benefícios para a saúde.

O alho negro aparentemente apresenta propriedades anticancerígenas, antioxidantes, protetoras do fígado, imunomoduladoras, neuroprotectoras, ajudam a diminuir a glicemia e a controlar a obesidade, claro que quando acompanhado de actividade física e uma alimentação equilibrada.

Alguns estudos sugerem que, graças às suas propriedades anti-inflamatórias, o alho negro ajuda a estimular as células de defesa do organismo e a diminuir a inflamação do organismo.

Como usar o alho negro?

O alho negro confere um sabor muito agradável à comida e pode ser usado de variadas formas: na preparação de molhos, misturando por exemplo o alho triturado com vinagre de arroz e/ou azeite, no tempero dos mais variados alimentos, para condimentar/decorar saladas ou massas, ou o que a sua imaginação ditar.

Eu gosto deles simples, e sempre que consigo arranjar, como um dente de alho negro de manhã, antes do pequeno-almoço. Adoro o sabor, pelo que confesso que raramente o uso na culinária, apesar de ele ser muito bem visto e usados por grandes chefs de renome.

Daniela Ricardo

Compressas de Sal – Alívio de dores

20 Feb 2021 sem comentários daniela

A dor é sempre algo indesejado e que causa grande desconforto, seja ela aguda ou crónica. A presença de algum tipo de dor física leva a alteração do nosso estado de humor e prejudica / altera o relacionamento com os demais. Ultimamente, são várias as pessoas que me contactam com dores  dores menstruais (dismenorreia) e até com dores crónicas musculares (resultantes de contracturas) que necessitam de ajuda para o alívio desta condição física.

As compressas de sal, como eu gosto de chamar, embora existam pessoas que as apelidam de emplastro de sal, são uma boa opção para o alívio de dores musculares e articulares crónicas, assim como para dores de estômago, dores abdominais tipo cólica, dores menstruais e até em casos de diarreia.

O processo é bastante simples e está ao alcance de todos.

Ingredientes:

  • 1/2 kg de sal grosso
  • 1 fronha de travesseiro
  • 1 toalha

Procedimento:

Toste ½ kg de sal grosso, numa frigideira de aço inox até este ficar muito quente. Coloque o sal quente num saco espesso de algodão ou numa fronha. Embrulhe o saco numa toalha espessa de algodão e aplique sobre a área afectada. Aqueça o sal sempre que este arrefecer. Guarde o sal, pode-o usar mais do que uma vez, contudo, quando o sal começa a ficar cinzento já não guarda o calor por ter sido usado muitas vezes, por isso deve ser substituído.

Notas:

  • Não toque no sal para avaliar a sua temperatura. Corre o risco de se queimar.
  • Aperte ou dobre bem a fronha para evitar que algum cristal de sal caia sobre a pele e queime.
  • Não apanhe frio após a compressa quente.
  • Não faça esta compressa quente em dores provocadas por lesões ou traumas. Nesta situação aplique gelo e procure um médico.

Atreve-te a ser diferente.
Vive consciente!

Daniela Ricardo

Escalda Pés – Benefícios para a saúde

28 Dec 2020 sem comentários daniela

Mergulhar os pés numa bacia com água quente para aliviar várias maleitas é uma técnica bem antiga com inúmeros benefícios para a saúde. Este ritual milenar de purificação e conexão e limpeza do corpo e das emoções, que elimina toxinas através da pele e proporciona um grande relaxamento. Escaldamos os pés, arrefecemos a mente.

Indicado para tratar stress, ansiedade, insónia, dores nas pernas, fadiga física e mental, dores de cabeça, enxaqueca, problemas de circulação, calos e até mesmo gripes e constipações.

Esta técnica funciona?

Apesar de o escalda pés ter sido deixado de lado, esse simples e poderoso método pode ajudar a revigorar a energia do corpo.

Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, os pés possuem diversas terminações energéticas que estão associadas a diversos órgãos do nosso corpo. A pressão e o aquecimento desses pontos podem restabelecer o equilíbrio energético do organismo de forma imediata. Estou a lembrar-me, por exemplo, do ponto 1 do meridiano do Rim, que fica na planta do pé e que por ser estimulado beneficia a nossa vitalidade.

Como fazer um escalda-pés?

A técnica é muito simples. Basta uma bacia com água quente entre 40ºC e 45ºC já é o suficiente, no entanto, pode simplesmente avaliar pela temperatura que consegue suportar. Só assim o escalda-pés já é eficaz, no entanto pode sempre acrescentar sais, ervas, flores ou frutos para tornar a experiência mais agradável e com outros potenciais terapêuticos.

Para o escalda-pés ser eficiente, o ideal é mergulhar completamente os pés cobrindo o tornozelo. Deve durar cerca de 10 a 20 minutos, no máximo. Faça seu escalda-pés preferencialmente à noite, antes de dormir, para manter o calor nos pés. Depois de retirar os pés da água quente calce um par de meias bem quentinhas e vá para a cama. Arrefecer os pés depois de os ter estimulado com calor pode ter o efeito contrário ao requerido.

O escalda-pés que faço com maior frequência é assim como descrevi e ao qual acrescento uma mão cheia de sal marinho integral grosso. O sal é colocado directamente na água e além de potenciar a limpeza, ajuda e equilibrar a bioelectricidade corporal. Este é o melhor ingrediente para nos deixar mais leves, auxiliando na drenagem de líquidos e redução dos edemas (inchaços).

Quanto às ervas, eu gosto de usar alecrim (estimulante e tonificante para os nervos, descongestiona o nariz e alivia dores de cabeça), hortelã (alivia cansaço e problemas respiratórios) ou erva cidreira (calmante e relaxante). Talvez porque tenha sempre frescos e disponíveis na minha horta. Quando usamos ervas, para que o benefício seja maior faça uma pequena maceração antes de as colocar na água, com ajuda de um almofariz ou de sum suribachi.

Terminar em beleza um escalda pés é não deixar os pés arrefecerem e se possível fazer uma pequena massagem. “Amasse” os seus pés, com firmeza e carinho. Siga sua intuição quanto à pressão e os pontos a apertar. Os pés, além dos meridianos, possuem zonas reflexas que espelham os órgãos e partes do corpo, e por isso é importante uma massagem de vez em quando. Já sabe que pode fazer a si própria ou pedir a alguém que lhe proporcione um momento de relaxamento extra.

Atreve-te a ser diferente!

Vive Consciente.

Daniela Ricardo

Dieta do Arroz Integral – uma forma de limpar o corpo

20 Nov 2020 sem comentários daniela

Muitas têm sido as questões acerca da dieta do arroz, que decidi escrever sobre o assunto.

A dieta do arroz integral, ou dieta n°7, como é conhecida no meio macrobiótico, consiste em consumir unicamente cereais integrais durante 10 dias, o tempo necessário que necessitamos para uma renovação do plasma sanguíneo. Podemos comer outros cereais em vez do arroz integral, como a cevada, aveia, millet, trigo sarraceno, mas o arroz integral tem o poder particular de limpar a fundo os nossos tecidos – é o cereal do intestino grosso e dos pulmões.

Apesar da dieta original demorar 10 dias, muitas vezes recomendo 3 a 5 dias de arroz e os restantes dias de reajuste alimentar lento.

Como fazer?

O cereal (arroz integral) deve ser cozinhado em água com um pouco de sal marinho integral, e nada mais. A proporção que eu mais gosto é uma chávena de arroz, duas de água e assim que começa a ferver reduzo o lume para o minimo e tapo. Demora cerca de 40 minutos a cozinhar, pelo que podes cozinhar quantidade suficiente para todo o dia.

Usa pouco sal porque pode produzir demasiada sede. Não uses nenhuma gordura (óleo, azeite), temperos, ervas, especiarias, etc. A dieta do arroz integral além de provocar uma limpeza profunda do organismo, ajudando a eliminar toxinas que sempre acumulamos, é como um retiro espiritual, um jejum para os sentidos.

Uma das regras de ouro a praticar é a de mastigar muito bem cada porção de comida (o ideal entre 50 a 100 vezes). O mastigar além de pré digerir adequadamente o alimento, estimula a glândula pituitária, ajudando o processo global do “jejum”.

Os primeiros dias são os mais difíceis, o 2º e o 3º em particular, pois tal como no jejum parece sempre que falta algo. Pode ocorrer até alguma irritação, sinal de que o fígado está a limpar também. Ao 4º dia começamos a sentir-nos leves e a partir do 5º dia o pensamento é mais claro e lúcido.

Em cada refeição é aconselhável: 1 tigela de arroz integral, do tamanho que vos for confortável – ou outro cereal integral – e 1 taça de chá. Mastiga o mais que puderes, em silêncio se possível, concentrado no que estás fazer. Aproveita este momento como um momento meditativo, com atenção plena.

Podes fazer o número de refeições que te for confortável, sempre com o mesmo cardápio (arroz integral).

Como retornar à dieta habitual?

O retorno à nossa dieta habitual deve ser gradual para não perdermos os benefícios obtidos . Seja qual for o número de dias de dieta de arroz 3, 5, 7 ou 10 devem sempre fazer 3 a 4 dias de reajustes da seguinte forma:

· 1º dia reajuste: cereal integral + sopa de miso + vegetais no vapor

· 2º dia: o mesmo do1º dia + fruta cozida

· 3º dia: o mesmo 2° dia de reajuste e acrescentar uma porção proteína (de preferência vegetal) e temperos.

· 4º dia: o mesmo 3° dia de reajuste, podendo até começar a ter mais variedade no prato.

Lembra-te que este tipo de dieta é para fazer durante um tempo limitado. Pois é usado para induzir um processo de limpeza no organismo. Não deve ser usado no dia-a-dia pois não possui todos os nutrientes necessários para uma vida e saúde equilibradas. Pode ser comparada a um jejum. Não irias fazer um jejum todos os dias da tua vida pois não?

Estas limpezas acompanhadas de uma alimentação consciente e natural são o segredo para uma vida saudável e vibrante.

Espero que tenha esclarecido.

Atreve-te a ser diferente!

Vive Consciente.

Daniela Ricardo

Outono – Alimentação Consciente e Natural

13 Nov 2020 sem comentários daniela

Observando a natureza e as transformações que nela ocorrem concluímos que nesta estação do ano – o Outono- predomina uma energia com sentido descendente. Este ano (2018) parece que o Outono não entrará exactamente como o que vem descrito no calendário. O Verão foi tardio. Mesmo chegando mais tarde, no Outono passamos de um período quente e vibrante, no qual a natureza nos dá os seus frutos, os animais passeiam-se por toda a parte, para um período em que a temperatura começa a descer, o sol já não emite um brilho tão ofuscante, os animais partem para climas mais quentes ou preparam-se para o recolhimento. As folhas das árvores passam de verde luminoso para tons terra, amarelos, vermelhos, castanhos e acabam por cair.

Qual a energia que se vive no Outono?

Ciclicamente falando e segundo a Medicina Tradicional Chinesa, a Primavera tem características semelhantes à infância e adolescência, o Verão assemelha-se a uma altura da vida em que tudo é exuberante e cheio de energia – o período da idade adulta e o Outono é um período muito semelhante à meia-idade. Nesta estação a energia dominante é a do elemento Metal, uma energia contractiva e de recolhimento no seu centro.

As nossas emoções também são afectadas com as estações. À medida que o tempo vai mudando de toda a sua exuberância para um ciclo mais calmo e tristonho, também nós nos começamos a sentir assim. É importante mantermos abertura de espírito e não nos deixarmos levar por estas emoções que muitas vezes conduzem à chamada depressão sazonal, tão característica desta altura do ano.

Nesta altura do ano, tudo na Natureza inicia uma contracção. É a época da queda das folhas e frutos, as sementes secam, a seiva das árvores dirige-se para as raízes, as gramíneas perdem a sua cor verde forte e tornam-se leves e secas. Há abundância de frutos e sementes. Celebramos a abundância das colheitas, há abundância de uvas, maçãs, peras, dióspiros, castanhas, frutos secos, frutos vermelhos, abóboras.

Esta é uma boa altura para nos dedicarmos mais a atividades físicas internas, como o Tai-chi, o Yoga, o Chi Kung, a dança, que nos ajudará a respirar melhor e a relaxar. Os órgãos a ter especial atenção nesta altura do ano são os pulmões e Intestino Grosso. Não é á toa que esta é uma altura propícia para gripes e constipações.

A Natureza transforma-se continuamente. E nós, como parte integrante da Natureza, devemos acompanhá-la nessa transformação. Ficarmos parados à espera que passe ou tentar fazer as mesmas coisas que fazíamos no Verão só nos vão desgastar. Necessitamos então transformar o nosso meio interior, para que acompanhe a transformação do meio exterior trazida pela nova estação. Na verdade, o meio interior e o exterior deve ser um continuum de energia, bastando que para tal o nosso organismo esteja permeável à troca.

Uma forma rápida e eficaz de acompanharmos as mudanças e de nos adaptarmos a elas é através da alimentação tal como já foi referido várias vezes. O que comemos e como comemos, ajuda-nos a estar em equilíbrio com o meio em que estamos inseridos, é a forma mais directa e imediata de ajuste do nosso corpo, mente e espírito. É a melhor forma de mantermos o equilíbrio e consequentemente a nossa saúde.

Escolher local e sazonal ajuda tanto como respeitar os métodos culinários a utilizar.  Os métodos mais relevantes nesta altura do ano são os Nishime (estufado longo, com pouca água e pedaços grandes), o Nituke (salteado longo), Estufados e eventualmente os assados no forno, caso se verifique  frio e humidade.

Os pratos de Outono são normalmente condimentados com um pouco mais de azeite e de sal, do que os de Verão. Ingere-se menos alimentos crus, preferindo-se por exemplo legumes escaldados, em detrimento dos crus (saladas), pois irão aquecer-nos um pouco mais.

Os alimentos que escolhemos também têm importância. No que respeita aos cereais, nesta estação, devemos dar mais ênfase ao arroz e ao millet.

O arroz integral é o cereal mais utilizado na alimentação macrobiótica e vegetariana, tem um valor nutricional muito superior ao do arroz branco, particularmente no que diz respeito a vitaminas do grupo B e proteínas. É um excelente alimento para o desenvolvimento intelectual e espiritual, e de um ponto de vista físico beneficia sobretudo os pulmões e o intestino grosso, os dois órgãos em destaque nesta estação.

O millet é um cereal de grão pequeno e de tonalidade amarelada, conhecido também com milho painço. Este é o único cereal alcalino e é um dos cerais que pode ser consumido durante todo o ano pois ajuda a atenuar os efeitos da dieta acidificante que se leva hoje em dia.

No que respeita à escolha de fruta e legumes, a tarefa fica bem mais fácil se optarmos por fruta da época e legumes da estação, de preferência de produção nacional. Os alimentos preferenciais são os que possuem uma energia descendente, conforme sentimos a energia do Outono, tais como vegetais de raízes – cenouras, nabos – e vegetais que crescem mais próximo do solo como as abóboras, as cebolas e as diversas qualidades de couves.

Nituke de Cenoura e Nabo com Laranja

Este é um método culinário excelente para usar na mudança de estações, tanto na Primavera, como no Outono.

Grau de dificuldade: médio
Tempo de preparação: 25 min
Rendimento: 4 a 6 pessoas
Validade: frigorífico – até 7 dias
Sem Glúten – Sem lactose – Vegan

Ingredientes:

  • 3 Cenouras,
  • 2 Nabos,
  • Azeite,
  • Sal marinho,
  • Raspa de 1 laranja

Lave e descasque as cenouras e os nabos.

Corte-as em tiras finas e coloque-as numa panela com um fio de azeite e uma pitada de sal. Salteie até ficarem macias. Após, adicione a raspa da laranja e envolva bem. Delicioso e bem aromático.

Dica: Sirva com amêndoa tostada ou sementes de papoila. Terá uma autêntica sobremesa, dentro do seu prato principal.

Atreve-te a ser diferente!
Vive Consciente.

Daniela Ricardo

Cozinha das Emoções

09 Nov 2020 sem comentários daniela

Escrever nunca foi um objectivo meu, mas confesso que é algo que adoro fazer. Se o meu primeiro livro surgiu por acaso, por estar a adaptar receitas que aprendi, nas viagens que faço com a Zen family nos mais diversos destinos do mundo, a uma alimentação mais consciente e natural, o mesmo não posso dizer dos seguintes e muito menos deste.

Escrever o “Cozinha das Emoções” foi um desafio proposto a mim mesma. Fui enfermeira em oncologia durante 20 anos. Fui e ainda sou terapeuta de Shiatsu, embora neste momento a pratica desta terapia esteja restrita à família. Sou professora e consultora de alimentação consciente e natural e sigo muitos clientes nesta área de aconselhamento alimentar, pelos mais diversos problemas. Sou chef, sem restaurante e estrelas Michelin porque adoro a liberdade de poder me deslocar para onde a vontade ditar e porque para mim comer é mais do que que um prazer sensorial.

A alimentação para mim é tudo ou tudo é alimentação. Quando compreendemos que nós habitamos pelo menos 4 corpos em simultâneo – o físico, o mental, o emocional e o espiritual – percebemos que existem várias formas de nos alimentarmos. E que a forma de alimentar um desses nossos corpos vai influenciar todos os outros e vice-versa.

O desafio a que me propus foi o de escrever um livro sobre algo que vejo e sinto que é comum a todos nós, que afecta todos os seres humanos e sobre a qual existe uma relação importante que é a alimentação e as emoções. É algo que está sempre presente em todas as actividades que desenvolvi até hoje e é algo que todos nós ansiamos saber como lidar com elas.

Este é um tema difícil de abordar e que pode levar muitas pessoas a pensar que encontraram a solução para todos os seus problemas emocionais. O que não é verdade. Não há mezinhas milagrosas. E o que funciona para um, pode não funcionar para outro. Todos somos diferentes, apesar de parecermos todos iguais.

As emoções são reflexos naturais diante de acontecimentos, são uma resposta física ou química comandada pelo cérebro humano.

Os sentimentos são uma consequência das emoções e são sentidos por cada pessoa de acordo com a sua experiência, personalidade, cultura e criação, podendo ser definidos como a observação das emoções e das reacções provocadas por elas. As emoções são reflexos inconscientes do ser humano e os sentimentos são mais conscientes e relacionados com a avaliação das emoções. São complementares porque as emoções vividas dão origem aos sentimentos.

Existem muitas, mas muitas teorias acerca das emoções e da quantidade de emoções básicas que cada ser humano vive.

Eu utilizo o Ciclo das 5 transformações como modelo para explicar as emoções básicas, que na minha perspectiva são cinco: alegria, nojo, tristeza, medo e ira. Uma para cada transformação ou cada elemento, podendo ser combinadas umas com as outras, pois nunca estamos numa fase estática estamos sempre em constante transformação, em movimento.

O que pretendo mostrar com este livro é que a relação entre as nossas emoções, a alimentação, os nossos comportamentos, o nosso corpo e os ciclos da vida estão intimamente ligados. Uns influenciam os outros. Para isso é preciso compreender que nós somos mais que o corpo físico que conhecemos, é preciso compreender as 5 emoções básicas e como elas se conjugam dando origem a outras emoções, que cada emoção básica está ligada a uma qualidade energética (as 5 transformações) e essa qualidade energética a um órgão.

Este não é um típico livro de cozinha, embora encontre nele muitas receitas. Não é um livro de auto-ajuda, se bem que compreender muitos mecanismos das nossas emoções nos ajude a conhecer um pouco de nós próprios. Não é um livro de saúde e bem-estar, mas o seu conteúdo quando aplicado tem esse efeito nas nossas vidas. Não é um livro de filosofia, mas reflecte um pouco a minha filosofia de vida, as minhas reflexões, as minhas experiências.

Este livro é uma mescla de tudo isso, tal como nós somos uma mescla de tudo o que vivemos, sentimos, pensamos, comemos…

Ao longo do livro encontrará muitas receitas, posturas de Yoga, exercícios Makko-Ho (são compostos por posturas de alongamento, cada postura está associada a um par de meridianos), pontos de acupressão, reflexões, remédios caseiros e histórias reais (com nomes fictícios).

O lançamento do livro foi na sexta-feira, dia 16 de Outubro 2020, data a partir da qual se encontra à venda em todo o país, nos locais habituais.

Preparei muitas surpresas para vos dar ao longos dos dias, como conversas interessantes com diversas pessoas, de diferentes áreas profissionais, desde humoristas, astrólogos, professores de Feng Shui, Professores de Yoga e meditação,… que tiveram em algum momento um papel importante na minha vida. Continue reading “Cozinha das Emoções”

Cuidar para Brilhar – Dicas para mais saúde.

09 Nov 2020 sem comentários daniela

Escrevo este artigo com um profundo sentimento de amor, com o intuito de vos empoderar, vos ajudar a alcançar mais saúde e uma vibração mais positiva, mais alta.

Uma das coisas bonitas da VIDA é o espírito humano, pelo menos na minha perspectiva. O espírito humano é resiliente, vibrante, uno. É amor.

Todos nós somos amor.

Todos queremos liberdade, saúde e justiça. Todos queremos um futuro harmonioso e luminoso.

Está na hora de mostrar a nossa luz. Essa luz, linda e brilhante que todos temos e que sinto a apagar-se ( talvez fruto da realidade que todos vivemos nos dias de hoje).

Não vamos deixar a nossa luz se extinguir. Para brilharmos e mantermos o nosso brilho é necessário cuidar de nós próprios. Ofereçam, a vocês mesmos e aos que vos rodeiam, mais amor nesta altura. Melhorem vossa saúde com pequenos hábitos, de pequenas formas, para que não se sintam assoberbados com tudo o que vivemos. Por exemplo:

  • Durmam bem – deitem-se mais cedo. Dormir bem proporciona ao nosso corpo capacidade de se regenerar e auto-limpar.
  • Façam uma pausa nas redes sociais.
  • Desliguem a TV.
  • Saiam todos os dias que vos for possível, caminhem e usufruam do ar livre.
  • Arejem a vossa casa todos os dias. É fundamental renovar a energia e o ar que respiramos.
  • Deliciem-se com alimentos integrais e cheios de vida e nutrientes como as frutas, produtos hortícolas, cereais integrais e leguminosas.
  • Reduzam drasticamente o consumo de açúcar. O prazer que nos proporciona na boca, provoca um grande prejuízo no nosso organismo, que acidifica e enfraquece o sistema imunitário.
  • Não consumam lacticínios. Além de terem, também, um efeito acidificante no nosso organismo, produz mucos na arvore brônquica e a nível intestinal, o que dificulta as trocas gasosas e absorção de nutrientes.
  • Escrevam uma carta de amor para vocês mesmo. Amem-se.
  • Percam-se num livro de aventura ou num lindo romance.
  • Digam a seus amigos e familiares que os amam.
  • Façam Escalda pés com ou sem sal.
  • Não apanhem frio.
  • Protejam sempre a zona dos rins, mantendo-a aquecida. Parte da nossa vitalidade é a eles que devemos.
  • Esfreguem o corpo com uma toalha quente e húmida, todos os dias, fora da hora do banho, pois ajuda a activar o sistema linfático, melhorando assim o sistema imunitário.
  • Mexam-se, mesmo que estejam em casa. Pulem, dancem, façam aeróbica ou outra cena qualquer. Mexam-se. Lembrem-se que tudo o que não mexe, ou que não se usa, atrofia.
  • Experimentem receitas conscientes e naturais como as que vou partilhando com vocês por aqui e nos meus livros

Brilhem meus queridos amigos. Brilhem cuidando de cada um de vocês.

Atrevam-se a ser diferentes.

Vivam conscientes!

Daniela Ricardo

Alimentos afrodisíacos – mito ou realidade?

13 Oct 2020 sem comentários daniela

Existem mesmo alimentos que estimulam o desejo sexual ou trata-se apenas do poder da sugestão? Será este um mito criado pelos humanos ou será mesmo uma realidade?

O termo afrodisíaco provém de Afrodite, a deusa grega do amor, e é usado para definir algo que estimula o desejo sexual. Genericamente, são considerados alimentos afrodisíacos aqueles que despertam sensações associadas ao desejo e à excitação sexual, como o aumento da frequência cardíaca, o aumento do fluxo de sangue nos órgãos sexuais, promovem um aumento da temperatura corporal e da energia.

Ao longo da História muitos alimentos têm sido considerados afrodisíacos. Desde especiarias como o açafrão a alimentos que supostamente têm aparência de órgãos genitais masculinos e femininos, como são exemplo os espargos e as ostras. D acordo com Diane Hoppe, ginecologista obstetra americana e autora do livro “Healthy Sex Drive, Healthy You” a reputação das ostras pode ser fundamentada em termos de benefícios para a saúde sexual, por conter grandes quantidades de zinco (um mineral importante para a produção de testosterona e quantidade de esperma, factores essenciais para a fertilidade masculina).

Mas, o que eu percebo, da minha prática profissional, enquanto consultora de alimentação consciente e natural é que não existem receitas que funcionem para todos. O desejo sexual, nos homens e nas mulheres funciona de forma diferente. Principalmente para as mulheres existem muitas variáveis que vão além do sexo físico, o que dificulta encontrar “receitas” que funcionem para ambos os sexos.

Vários especialistas partilham a ideia de que, embora a maior parte dos alimentos apontados como afrodisíacos não tenham evidências científicas que os apoie como tendo efeitos benéficos no imediato, estes podem, no entanto, ter alguns efeitos benéficos a médio ou longo prazo na saúde geral (e sexual, por acréscimo) devido à sua composição nutricional. No entanto a sua utilização pode ser incrementada e com um efeito positivo tendo em consideração o poder da sugestão e da antecipação que podem motivar o desejo sexual.

O facto de as pessoas gostarem de determinado alimento que acreditam ser afrodisíaco e se sentirem mais eróticas e excitadas quando o ingerem pode ter influência e isso não é negativo. No entanto, alguns alertam para o facto de que recorrer a afrodisíacos na ausência persistente de desejo sexual poder ser um erro. Por exemplo, se a pessoa estiver deprimida deverá consultar um psicólogo ou um psiquiatra; se o seu relacionamento não for satisfatório, poderá procurar um terapeuta. Não se conseguem resolver problemas de libido recorrendo a este ou aquele alimento.

Em relação ao chocolate, o alimento que é quase número 1 em todas as listas, este era considerado um poderoso afrodisíaco para o povo Asteca e, nos dias de hoje, continua a ser alimento muito popular e de “conforto”. A sua ingestão, embora esteja associada a um aumento dos níveis de serotonina (neurotransmissor que é activado durante a excitação sexual), não tem um impacto significativo na libido. Embora o chocolate também contenha feniletilamina, uma substância química que pode provocar a sensação de excitação e de bem-estar geral, o corpo humano absorve apenas uma quantidade insignificante de feniletilamina através da ingestão de chocolate. No entanto o poder da sugestão e da antecipação, pelo facto de ingerir chocolate é enorme, até porque ele é associado a muitas fantasias. Isso sim, tem um enorme poder afrodisíaco.

Martha Hopkins, durante a pesquisa para o seu livro “Intercourses” sobre alimentos afrodisíacos, descobriu que quase todos os alimentos foram considerados afrodisíacos em algum momento da história. Ela diz o seguinte: “Historicamente, os alimentos considerados afrodisíacos eram difíceis de encontrar, raros ou caros, como trufas, foie gras e caviar, ou em forma de órgão sexual, como aspargos ou alcachofras, e até mesmo testículos de animais”.

Hoje tendemos a pensar em afrodisíacos em termos de luxúria, romance e libido. Mais uma vez estou a referir o poder da sugestão e da antecipação. Existem alguns alimentos que auxiliam na saúde em geral e que por isso beneficiam o desempenho sexual. Mas quando falamos em afrodisíacos, a maioria de nós, não pensa em desempenho sexual. Pensa em desejo. Do meu estudo, nenhum indicativo foi encontrado que provar que determinado alimento aumenta a excitação ou desejo sexual.

Vamos então valorizar o poder da mente sobre a matéria. Nan Wise, psicoterapeuta e terapeuta sexual da Universidade Rutgers, nos EUA, diz que pelo facto de que o desejo sexual ser tão multifacetado e individual o efeito sugestivo dos afrodisíacos pode funcionar. Ela é de opinião que “o desejo é físico, psicossocial e relacional e envolve muitas variáveis”. E que se se acreditar que um alimento aumenta o desejo, a psicologia do efeito placebo pode afectar nossa capacidade de ficar excitado, com o que eu concordo inteiramente.

Tudo depende do contexto, em que se está a consumir determinado alimento. Não pensamos em chocolate com afrodisíaco sempre que comemos um. Mas dependendo do contexto em que o estamos a ingerir, podemos associar essa ideia.

Mais do que qualquer alimento, uma dieta saudável e equilibrada pode ter qualidades afrodisíacas.

No entanto deixo aqui uma lista dos alimentos que mais comummente são associados a afrodisíacos, pelo efeito que possam ter no nosso organismo a nível de desempenho sexual.

  • Amendoins – Ricos em vitamina E, aumentam a energia e o apetite sexual
  • Aveia – Aumenta o nível de testosterona e do aminoácido L-arginina
  • Gérmen de Trigo – Rico em vitaminas do complexo B e vitamina E, bem como minerais e oligoelementos, melhora o funcionamento do sistema nervoso, necessário para uma correcta resposta sexual
  • Cacau – aumenta a produção de serotonina, hormona responsável pelas sensações de prazer e felicidade
  • Gengibre – prolonga a erecção por aumentar o fluxo de sangue para os órgãos genitais e estimula a lubrificação feminina
  • Mel – aumenta os níveis de testosterona, uma das hormonas responsáveis pelo prazer
  • Pimenta e Malagueta – A capsaicina presente nestes alimentos aumenta a circulação sanguínea e a frequência cardíaca, aumenta a temperatura corporal e estimula o organismo gerando uma sensação de excitação
  • Alho – As substâncias presentes no alho estimulam a libido feminina e aumentam a circulação sanguínea
  • Espargos – É um dos alimentos afrodisíacos mais eficientes, já que uma das suas substâncias estimula a produção de histamina, a hormona responsável pela estimulação da libido
  • Ostras – Ricas em zinco, estimulam a lubrificação feminina. As suas substâncias também são usadas em tratamentos para infertilidade masculina
  • Açafrão – dizem que deixa a região da pélvis mais sensível, aumentando a sensação de prazer
  • Morango – rico em vitamina C e potássio, melhora a circulação e é muito utilizado juntamente com o chocolate como alimento afrodisíaco;
  • Canela – tonifica o corpo, estimula a circulação sanguínea
  • Castanhas, nozes e amêndoas – Ricas em zinco, selénio e vitamina E, substâncias que aumentam os níveis de hormonas que estimulam o desejo sexual. Estimulam a circulação e aumentam a lubrificação;
  • Alecrim – estimula e revigora, sendo utilizado também para combater a impotência sexual
  • Vinho – Dá um empurrãozinho à líbido, proporcionando um clima de descontracção e romance apurados. Não se esqueça que se beber demais o efeito pode ser o contrário, que é como quem diz, nada!

Sugestão ou não. Ficam aqui duas receitas com alguns alimentos considerados afrodisíacos, para surpreender a sua cara metade, num encontro romântico. Não se esqueça que o contexto no qual ingerimos determinado alimento, parece ter poder sobre o seu efeito excitante. Siga a sua intuição e desfrute do momento!

CREME DE ERVILHAS E ESPARGOS

Os espargos têm fama de aumentarem a libido, no local certo e no ambiente certo podem funcionar lindamente, com aquela pessoa certa!

Ingredientes:

  • 1 Cebola
  • 300g de ervilhas secas
  • Miso branco
  • 6 Lanças de espargos cortadas ao meio e a metade inferior picada
  • Sal marinho integral
  • 1 Tira de Alga Kombu

Coloque a Kombu no fundo de uma panela, acrescente por camadas, a cebola, as ervilhas e por fim as metades inferiores de espargos cortadas grosseiramente.

Acrescente água de forma a tapar os vegetais e leve ao lume. Quando ferver reduza o fogo para o mínimo. Deixe cozinhar cerca de 25 minutos ou até os vegetais estarem macios. Tempere com sal, miso branco e reduza a puré. Se necessário acrescente um pouco mais de água.

Entretanto, á parte numa frigideira, salteie em água com uma pitada de sal as outras metades dos espargos até ficarem ligeiramente crocantes.

Sirva a sopa guarnecida com os espargos salteados e um pouco de natas de soja.

Dica: A primeira coisa a fazer é mergulhar os espargos em água fria e limpar bem as hastes, isto porque a maioria cresce em solos arenosos, por isso, acumulam sujidade no meio das hastes. Depois dobre-os e rejeite ou pique bem e utilize na sopa a parte que se partiu, que é a mais fibrosa.

TARTE DE MORANGOS E CACAU

O Cacau é daqueles alimentos que nunca pode faltar, além de ajudar a libertar as hormonas que dão a sensação de prazer. Se a isso adicionarmos o sabor picante, quem sabe o que se seguirá?

Ingredientes:

  • 1 chávena de farinha de alfarroba
  • 1 e 1/2 chávenas de farinha de espelta
  • 1/2 chávena de geleia de arroz
  • 1 e 1/2 chávenas de bebida de arroz
  • 1 colher de sobremesa de fermento em pó biológico
  • 1 pitada de sal
  • 1 pitada de malagueta em pó
  • 3 colheres de sopa de óleo de grainha de uva (ou de milho)
  • Morangos maduros q.b e/ou outros frutos vermelhos
  • Compota de frutos do bosque sem adição de açucares

Misture todos os produtos sólidos num recipiente, com excepção da fruta. Noutro recipiente, misture todos os produtos líquidos. Adicione aos líquidos a mistura sólida, mexendo bem. Coloque tudo numa tarteira e leve a cozer ao forno, a 180º, durante 15 min. Retire do forno, deixe arrefecer e cubra com um pouco de compota de frutos do bosque. Decore com morangos ou outros frutos vermelhos e sirva como sobremesa à sua cara metade.

Dica: coloque apenas uma pitada de malagueta. O objectivo é que o sabor picante seja subtil e sensual. Se deixar a sua cara metade a arder, talvez não tenha o efeito que se pretende. Como em tudo, seja moderado.

Atreve-te a ser diferente!

Vive consciente.

Daniela Ricardo

#5 DICA PARA UMA IMUNIDADE MAIS FORTE

01 Apr 2020 sem comentários daniela

Se desejamos usufruir uma boa saúde, cuidar o aparelho digestivo é fundamental. É possível fazer mudanças profundas no nosso organismo se mudarmos a condição do trato digestivo, principalmente dos intestinos e da sua flora intestinal – a famosa microbiota. O nosso intestino é povoado por milhares de bactérias, que se forem benéficas, isto é, se fizerem parte da nossa flora intestinal natural, nos ajudam a ter mais saúde reforçando o sistema imunitário. Infelizmente, os maus hábitos alimentares modernos tendem a destruir a flora intestinal, fazendo com que os microorganismos saudáveis sejam mortos e substituídos por outros indesejáveis. Sem as bactérias benéficas vivas que o intestino precisa para manter-se em equilíbrio, não há sistema imunitário forte.

PROBIÓTICOS NATURAIS

Uma solução fácil e deliciosa para este problema é adicionar alimentos probióticos e/ou fermentados na nossa alimentação, ajudando a repovoar o nosso intestino!

Os alimentos fermentados beneficiam o sistema digestivo de três formas:
– Fornecem enzimas e vitaminas que ajudam na assimilação dos alimentos
– Repovoam a flora intestinal com bactérias, tornando-nos mais saudáveis
– Auxiliam a produção moléculas de assimilação fácil, porque o alimento já está “desdobrado”.

Acho que podemos adquirir o bom hábito de ingerir alimentos fermentados de boa qualidade todos os dias. Idealmente, a todas as refeições. É importante referir que deve escolher alimentos cujo processo de fermentação seja realizado de forma natural, e não produtos que tiveram o processo de fermentação acelerado por químicos, pois esses não são benéficos para o organismo.

De forma a garantir a qualidade do seu alimento fermentado, o melhor mesmo é fazê-lo em casa. Assim garante a qualidade do fermentado e que de facto está cheio de bactérias benéficas, com o benefício de poupar a carteira, porque sai infinitamente mais barato fazer do que comprar pronto.

Existem mil e uma forma de fermentar, umas mais rápidas que outras. Fica aqui uma receita, para começarem já. Simples, fácil e que todos podem fazer.

SALADA PRENSADA DE COUVE CORAÇÃO

As saladas prensadas são uma preparação fermentada, conhecida por pickles de sal.

Ingredientes:
– 1 Couve coração
– Sal marinho

Corte a couve em tirinhas, o mais fino que conseguir. Coloque numa taça, salpique com sal e prense e mexa com as mãos. Coloque tudo a prensar até a hora de servir. Quanto melhor for prensada e mexida, menos sal é necessário. Encaixe um prato que seja um pouco menor que a taça em cima dos vegetais. Ponha algo suficientemente pesado em cima do prato para que os vegetais sejam comprimidos com firmeza (um frasco de feijões costuma funcionar). Mantenha a pressão durante 2 horas.

Na hora de servir, solte com dois pauzinhos e sirva como complemento da sua refeição.

Dica: Pode fazer esta mesma receita com outras couves e até mesmo com raízes cortadas em juliana (fina). O processo de libertação liberta líquido, não o exclua, pois, está cheio de bactérias boas que farão toda a diferença no seu trato digestivo.

Se fizer uma boa quantidade, pode guardar num frasco, quanto mais apertado ficar melhor, continua a prensar, com líquido e tudo. Se quiser que a fermentação continue coloque num local escuro e fresco. Se já estiver bom para si. Coloque no frigorífico. Quanto mais longa a fermentação, mais bactérias benéficas vamos ter no nosso preparado.

Uma verdadeira imunidade constrói-se dia-a-dia, todos os dias.
Atreve-te a ser diferente!
Vive consciente.

#4 DICA PARA UMA IMUNIDADE MAIS FORTE

30 Mar 2020 sem comentários daniela

Tenho partilhado algumas dicas para uma imunidade mais forte, sempre no sentido que chegue a todas as pessoas e que seja fácil e exequível. Existem muitos, mas muitos remédios caseiros, alguns com ingredientes menos comuns, mas como não são de fácil acesso a todas as pessoas não os vou referir.

Hoje, a minha dica vai para a alimentação de uma forma genérica, pois esta é a melhor forma de robustizar o nosso sistema imunitário. Esta precisa de ser equilibrada, saudável e de nutrir o nosso corpo físico da melhor forma, para que ele tenha todas as ferramentas para fazer face aos desafios que a vida nos traz.

O nosso corpo físico precisa de três elementos fundamentais: hidratos de carbono (combustível das nossas células, de preferência proveniente de cereais integrais), fibras e vitaminas (frutas e produtos hortícolas) e proteínas (preferencialmente de origem vegetal, como são exemplo as leguminosas). Tudo o demais pode ser para enriquecer (ou não) a nossa alimentação e providenciar que nenhum nutriente falte na nossa alimentação. Uma das minhas regras é comer local e sazonal, e preferencialmente biológico. Outra é variar. Não existem alimentos que sejam proibidos, mas existem escolhas do que comer de uma forma consciente, percebendo o que cada alimento faz no nosso ser.

Trilhar o caminho para uma vida mais saudável e consequentemente ter um sistema imune mais forte, na maioria dos casos, não precisa de ser um processo rígido, mas é preciso manter o equilíbrio ao longo dos dias. Ter as proporções do que deve colocar no prato é um óptimo guia, que nos ajudará dentro ou fora de casa.

UM PRATO EQUILIBRADO TODOS OS DIAS

Um prato equilibrado, para grande parte das pessoas, deve ser confeccionado com muito Amor e estar dividido da seguinte forma: 50% vegetais, 25% cereais integrais, 20% proteína, preferencialmente vegetal, e 5% de criatividade e condimentos que tornam a alimentação e a vida mais apetitosa.

Um prato com uma composição deste género fornece ao nosso organismo todos os macro e micronutrientes de que necessitamos, para manter o nosso corpo cheio de vitalidade e com uma boa imunidade. A isto apenas acrescento incluir alimentos fermentados, mas esse será o tema de amanhã.

Aconselho vivamente a redução ou até mesmo evitar o consumo de açucares simples e de absorção rápida, como bebidas alcoólicas, açúcar de cana, sumos, refrigerantes, produtos processados, bolos de pastelaria, no nosso dia-a-dia e particularmente nesta fase desafiante em que nos encontramos, porque estes acidificam o nosso meio interno e prejudicam a nossa imunidade. O mesmo princípio se aplica aos lacticínios e produtos de origem animal, que também acidificam o nosso corpo e por esse motivo devemos minimizar o seu consumo. Para quem esta medida for muito custosa, reduza pelo menos a quantidade. Comam apenas 1/3 do que costumam fazer. O resultado será muito compensador.

Esta é uma “receita” simples, que pode ser seguida por todos.

Uma verdadeira imunidade constrói-se dia-a-dia, todos os dias.

Atreve-te a ser diferente!
Vive consciente.

#3 DICA PARA UMA IMUNIDADE MAIS FORTE

29 Mar 2020 sem comentários daniela

Hoje a dica é para limpar o fígado. Sendo o fígado considerado o general do nosso corpo, na Medicina Tradicional Chinesa, é importante que lhe dispensemos alguma atenção. A verdade é que tudo o que ingerimos passa por ele e quanto mais limpo e saudável o nosso fígado estiver mais hábil e eficaz será a nossa resposta a inúmeras doenças.

O fígado tem como função eliminar as toxinas do corpo, armazenar a gordura dos alimentos, produzir o colesterol. Factores como aumento de stress, consumo de álcool, excesso de proteínas de origem animal e uma deficiente nutrição enfraquecem as suas funções, fazendo com que o corpo acumule gordura e outras toxinas que prejudicam a saúde, nomeadamente a nossa imunidade.

Tenho uma história curiosa, com o meu marido e com a imunidade. Estávamos nós em viagem pelo Camboja e o Luís ficou febril. Estando longe de casa, sabendo que o nosso corpo, nomeadamente o sistema imune precisa de estar sempre a adaptar-se quando estamos fora o que me ocorreu foi tenho de o ajudar a limpar o fígado, para que este ajude a recuperar a sua saúde e energia. E assim foi. Fiz o chá abaixo descrito e a febre passou em 15 minutos. Três dias a tomar este chá, 3 vezes por dia e a febre nunca mais voltou.

Esta foi uma situação de “controlo de danos”. Sendo esta uma sugestão preventiva, sugiro a toma deste chá, diariamente, em jejum. Além de ser excelente para ajudar a limpar o fígado, ajuda também a eliminar gordura acumulada. Saliento que não é uma mezinha para emagrecer e que para esse objectivo há que ter hábitos alimentares e de vida saudáveis.

Além disso é um excelente remédio para ajudar a ultrapassar gripes e constipações, como aconteceu ao Luís.

CHÁ DE NABO RALADO

Rale 3 colheres de sopa de nabo ou rabanete.
Coloque numa chávena e adicione 1 pitada de sal marinho (opcional).
Verta sobre o nabo água a ferver. Deixe repousar cerca de 3 minutos e beba o mais quente possível. No final, coma o nabo também.

Não se esqueça que prevenir é sempre melhor do que remediar.

Além do chá pode ser muito benéfico o aumento da ingestão de vegetais de folha verde, como brócolos, couve portuguesa, agriões, … Isto porque os vegetais verdes ajudam a limpar e a tonificar este órgão tão importante.

Simples, fácil e ao alcance de todos.
Atreve-te a ser diferente!
Vive consciente.

#2 DICA PARA UMA IMUNIDADE MAIS FORTE

28 Mar 2020 sem comentários daniela

Hoje a dica não é alimentar, no sentido que não é para ingerir pela boca, mas considero-a alimentar porque, para mim, tudo é alimentação, tudo o que interfere com um dos nossos 4 corpos: físico, mental, emocional e espiritual é uma forma de nos nutrir/alimentar.

Decidi começar estas partilhas, no sentido de inspirar a uma vida mais consciente e natural e a reforçar o sistema imunitário, para que possamos TODOS fazer face aos desafios que nos surgem e que neste momento é comum a todos.

À primeira vista, o tema de hoje nada parece estar relacionado com fortalecer o sistema imunitário. É só mesmo à primeira vista. A proposta de hoje é:

ESFREGAR O CORPO COM UMA TOALHA QUENTE E HÚMIDA

Passo a explicar, a prática de esfregar o corpo com uma toalha quente e húmida activa a circulação sanguínea, a circulação linfática, ajuda a abrir os poros e a limpar as zonas mais profundas da pele permitindo que o organismo elimine activamente os excessos. Nestes dias, estamos todos por casa e muitos de nós tem pouca actividade física (é importante que façam o favor de mexer o corpo). O nosso sistema linfático, uma parte da nossa imunidade, não possui uma bomba (coração) como o sistema circulatório, pelo que é deveras importante activá-lo e colocá-lo a circular. Este movimento pode ser feito de duas formas, através do exercício físico e através da esfrega do corpo com uma toalha quente e húmida ou uma massagem.

Este é um dos métodos mais simples e eficazes para a criação de uma boa saúde, particularmente de uma boa imunidade e de uma pele bonita e saudável.

Para o fazer encha o lavatório com água bem quente, mergulhe nesta uma toalha de rosto ou de bidé (a toalha deve ser de algodão) e esprema depois o excesso de líquido. Esfregue todo o corpo com um movimento firme e regular. Repita quantas vezes for necessário. molhar, espremer e torcer, para abranger toda a superfície corporal. No final a pele deve ficar levemente avermelhada.

Se não tiver tempo para esfregar todo o corpo (penso que não será o caso), faça-o pelo menos nos braços, mãos, nas pernas e pés. O ideal é fazer esta esfrega fora da altura em que toma banho ou duche. Isto porque nessa altura a pele já está demasiado macia, por estar em contacto com a água e a esfrega firme pode retirar mais camadas da pele, além das células mortas.

Simples, fácil e ao alcance de todos.
Atreve-te a ser diferente!
Vive consciente!

#1 DICA PARA UMA IMUNIDADE MAIS FORTE

24 Mar 2020 sem comentários daniela

Decidi começar a partilhar algumas receitas e artigos, no sentido de inspirar e ajudar a uma ementa consciente e natural, que reforce o sistema imunitário e nos torne mais fortes para fazer face aos dias que estamos todos a viver.

Eu vivo no interior do país e sei que existem alimentos que por vezes são difíceis de encontrar perto de casa. Como a recomendação para todos é ficar em casa, vou tentar partilhar receitas simples, com ingredientes fáceis de adquirir, sempre com ênfase nos produtos locais, sazonais e de preferência biológicos.

A primeira receita é limão quente com mel e se conseguirem com um pouco de gengibre.

Esta mistura ajuda-nos a manter a hidratação pois estamos a beber líquidos, é super reconfortante e provoca impulso suave no sistema imunológico.  Esta bebida é naturalmente calmante e anti-inflamatória.

Os limões ajudam a fortalece o sistema imunológico por serem ricos em vitamina C e em potássio, que estimula o cérebro e o sistema nervoso. O ácido ascórbico, presente nos limões, tem efeito anti-inflamatório e é usado em casos de asma e outras condições respiratórias. Contêm também saponinas com propriedades anti-microbianas que ajudam a combater constipações e gripes.

O mel é um produto natural obtido a partir do néctar das flores e das excreções das abelhas. Este alimento é tem vários benefícios como é exemplo acção anti-microbiana, capaz de impedir o crescimento ou destruir micro-organismos e assim proteger contra doenças. Possui também acção antioxidante e pré-biótica (modificando o balanço da microbiota intestinal, estimulando o crescimento e/ou a actividade de micro-organismos benéficos).

O gengibre possui propriedades anti-sépticas, pelo que a utilização desta raiz  pode ser benéfica em casos de constipações e gripes.

LIMÃO QUENTE COM MEL E GENGIBRE

Ingredientes:

– Sumo de 1 limão

– 1 colher de chá de mel

– 1 colher de chá de gengibre ralado

– água morna

Coloque o sumo de limão num copo com a colher de mel e o sumo de gengibre (que obtém espremendo a pequena porção que tem). Adicione água morna e beba.

Nota:  É importante que a água esteja morna e não a ferver, para não perder as propriedades dos alimentos. Por exemplo a Vitamina C degrada com a temperatura, quanto mais quente estiver a água menos vitamina C terá a nossa bebida. Muitas das propriedades do mel e do gengibre também se perdem com temperaturas elevadas. Se estiver morna, será reconfortante e terá o efeito que deve.

Por conter sumo de limão, não lave a boca imediatamente após beber esta bebida. É importante deixar a saliva envolver o esmalte dos dentes para ajudar a neutralizar o ácido e evitar a erosão e o escurecimento dos dentes. Espere pelo menos 30 minutos para lavar os dentes.

Atreve-te a ser diferente!

Vive consciente!

Inverno – Alimentação Consciente e Natural

28 Jan 2020 sem comentários daniela

O Inverno é uma estação muito especial. É a altura do ano em que parece que tudo na Natureza pára! Tudo fica adormecido: alguns animais hibernam, outros permanecem nos seus ninhos com as reservas que conseguiram guardar no Verão e Outono. As árvores permanecem sem folhas, despidas, quase como se não existisse vida. Fica tudo em suspenso…

Qual a energia que se vive no Inverno?

É uma estação com uma energia semelhante ao mar quando está calmo; Parece que não se passa nada, mas no seu interior a vida saltita. A energia é ondulante, horizontal porque parece permanecer inalterável, no mesmo estado contractivo deixado pelo Outono. A temperatura climatérica desceu e mantém-se assim quase toda a estação. Está frio e nós encolhemos para obter aconchego.

Os mestres orientais dizem que a energia do Inverno está com a energia água e que a esta energia pertencem o conjunto dos órgãos: rins, bexiga e órgãos sexuais.

Estes são os órgãos que nos conferem capacidade de realização, coragem e delicadeza. Quando a energia destes órgãos é forte e estamos equilibrados, conseguimos abraçar as dificuldades e crescer com elas. Grande parte da nossa vitalidade depende do estado destes órgãos. O órgão que poderemos chamar de mais nobre é o rim, pois quando o seu funcionamento está afectado todos os outros sofrem repercussões, pelo que se cuidarmos dos rins, estaremos a cuidar dos outros órgãos a eles associados.

Os rins têm a capacidade de renovar/filtrar o sangue, libertando-o de toxinas que serão posteriormente eliminados pela urina, através da bexiga. Os rins regulam os líquidos e, por esse motivo, são afectados com o excesso ou carência destes. Quando ocorre um distúrbio no funcionamento dos rins, a eliminação dos líquidos do nosso organismo é afectado, o que pode levar a alterações da tensão arterial (afectando desta forma também o sistema cardiovascular). Os rins regulam ainda os minerais e consequentemente a acidez do nosso corpo.

O medo, por exemplo é uma das emoções que mais exige dos rins, sendo, por isso, uma das emoções mais tóxicas para o nosso organismo. Quando ficamos tensos, não conseguimos fluir, ou reagir sequer, e temos dificuldade na adaptação ao ambiente transmitindo-nos a ideia de que tudo é um problema, tudo é difícil. Quando isto acontece podemos ainda ter insónias, fobias, problemas ósseos ou ainda disfunções do aparelho reprodutor, o centro da criação.

No Inverno, tal como em qualquer altura do ano, é importante manter o equilíbrio.

Sendo assim, precisamos de manter o equilíbrio tal como em qualquer altura do ano. E, como sempre, precisamos de estar em harmonia com o meio externo e de fortalecer o nosso meio interno.

Além da alimentação, que, como sabemos, é um dos métodos mais rápidos e eficazes de alinhamento de energia, podemos ainda adoptar algumas medidas, como: aplicar compressas de gengibre nos rins, efectuar um escalda-pés com sal, moderar a actividade física, reduzir a ingestão de estimulantes como o café, ir para a cama cedo, reduzir a ingestão de líquidos à noite, etc.

Mas, passemos à Culinária e às alterações que devemos efectuar para nos adaptarmos à nova estação.

Quais os métodos culinários que devemos privilegiar no Inverno?

Durante os meses de Inverno, os métodos culinários a utilizar não são muito diferentes dos métodos da estação anterior, mas necessitam de um tempo mais longo de cozedura, para nos transmitirem o calor necessário. Necessitamos de nos aquecer e de manter quente o nosso meio interno, pois está frio lá fora! Vamos usar e abusar dos Nhishime (estufado longo quase sem água e com pedaços grandes), dos estufados, dos cozinhados na panela de pressão e dos assados no forno.

Nesta estação necessitamos de comida mais quente e forte que nos proporcionará calor, resistência e força suficientes para nos permitir aguentar os rigores do Inverno.

Como devem ser compostos os pratos no Inverno?

Os pratos de Inverno podem ser mais condimentados do que em qualquer outra estação. Contudo devemos manter-nos conscientes que não devemos abusar dos condimentos salgados como sal, shoyu ou miso, apesar de os usarmos em maior quantidade.

A quantidade de gordura usada também deve ser aumentada, pelo que se pode adicionar um pouco de azeite nos cereais ou nos legumes, incluir tempuras ou frituras de cereais nas refeições (por possuírem um pouco mais de gordura). De salientar que a escolha do tipo de gordura deve manter-se criteriosa: de preferência vegetal, de origem biológica e obtida unicamente por processos mecânicos. São exemplos de boas gorduras: azeite, óleo de ssésamo, óleo de graínha de uva, óleo de girassol, etc.

Que alimentos devemos comer no Inverno?

No que respeita à escolha dos alimentos a regra de ouro é sempre a mesma: dar preferência aos frutos e legumes da estação, de preferência de origem biológica (mais saudáveis, pois não têm pesticidas e são mais ecológicos).

Os cereais mais adequados ao Inverno, embora a utilização de todos os outros cereais deva ser mantida também nesta estação, são: o trigo sarraceno e a aveia.

O trigo sarraceno é um cereal muito forte, é o melhor cereal para adquirir vitalidade e ajudar na adaptação ao tempo frio. Tem um sabor peculiar, sendo maioritariamente consumido sob a forma de massa, denominada de soba ou cozinhado com arroz ou na sopa.

A aveia é o cereal mais calorífero e com mais gordura, logo é o melhor para quem necessita de aquecer e de aumentar de peso. Este cereal também é indicado para a alimentação de bebés e crianças, assim como mães em período de aleitamento.

arroz glutinoso e o mochi (arroz glutinoso cozido, socado e prensado) também são dois alimentos que podemos usar com mais frequência nesta estação, uma vez que possuem um pouco mais de gordura que o arroz integral comum.

Os órgãos em destaque nesta estação são os rins a bexiga e os órgãos reprodutores, como já foi referido anteriormente. Alimentos que beneficiam extremamente estes órgãos, segundo a cultura oriental, são os feijões, em especial o feijão azuki. Este feijão é pequeno e, por esse motivo, com uma qualidade energética muito concentrada, mas é de mais fácil digestão que os outros, além disso têm propriedades diuréticas e é utilizado para tratamento de disfunções renais. É um tonificador renal, conferindo mais energia e ânimo. O correspondente português é o feijão frade, embora já exista uma grande produção de feijão azuki em Portugal.

No que respeita à escolha de fruta e legumes, a tarefa fica bem mais fácil se optarmos por fruta da época e legumes da estação, de preferência de produção nacional.

Atreve-te a ser diferente!

Vive Consciente.

Daniela Ricardo

Prevenir e tratar gripes e constipações naturalmente

20 Jan 2020 sem comentários daniela

Esta altura do ano é muito propícia a gripes e constipações. Normalmente esta situação ocorre porque vimos de um ambiente muito expansivo, como o Verão, em que o calor se faz sentir e nos dirigimos para um ambiente mais frio, onde a contracção do nosso corpo é obrigatória. Chegamos a casa com vontade de aquecer, perdemos um pouco o apetite e a vontade de bebidas frias.

A contracção do nosso corpo leva-nos a uma adaptação, por vezes muito rápida, e a gripe ou a constipação fazem-se sentir. Os primeiros sintomas, e os mais comuns, são corrimento nasal de cor clara, língua com uma capa fina e esbranquiçada, e um ligeiro aumento da temperatura corporal, podendo mesmo apresentar-se como febre.

Como tratar gripes e constipações de uma forma natural?

A minha proposta é de numa primeira fase em vez de optarmos pelo consumo desenfreado de medicamentos para lidar com estes problemas que, na maioria das vezes, não são graves e que nos mostram simplesmente que a nossa imunidade não está tão boa como deveria estar, é a de adoptarmos algumas medidas naturais e remédios caseiros que permitam ao nosso corpo essa readaptação.

Numa perspectiva da alimentação consciente e natural, as constipações estão normalmente ligadas a perturbações do trato digestivo, especialmente do intestino e são uma forma de o organismo se adaptar a mudanças internas ou externas repentinas, como a mudança de estação.

Na medicina oriental a pele é o órgão que está relacionado com o pulmão, que faz par com o intestino grosso. Tendo isto em consideração ter cuidados com a pele é também de extrema importância, pois é através desta que eliminamos muitas toxinas ou que permitimos que o frio e/ou outros agentes climatéricos invadam o nosso organismo.

Na minha opinião existem formas simples de tratar estas questões, como:

Jejum:

Dar descanso ao sistema digestivo, comendo menos ou até mesmo fazendo jejum. Caso seja mesmo necessário ingerir algo, é importante que o façamos com alimentos fáceis de digerir, como é exemplo o arroz integral cozinhado até ficar cremoso. Este é um remédio excelente para gripes e constipações, nesta altura do ano, pois o arroz integral é um dos alimentos alinhados e recomendados para esta estação do ano.

Fazer um escalda pés:

Isto é mergulhar os pés em água bem quente, com uma mão cheia de sal, antes de dormir, durante 10 a 15 minutos e calçar umas meias bem quentinhas para que não arrefeçam. Este é um remédio que a minha avó usava e que se tem mostrado sempre eficaz.

Tomar remédios caseiros:

Tomar remédios caseiros como chá de nabo que ajuda o nosso fígado a limpar e a fazer melhor o seu trabalho de readaptar o corpo, chá de kuzu para ajudar o nosso tracto digestivo a restabelecer e chá de gengibre para activar a circulação, abrir os poros da pele e expelir o frio (nota: caso a febre esteja presente, na minha opinião, deve-se evitar o gengibre, pois a activação da circulação pode ser demasiada para o sistema circulatório já activo pela febre).

  • Chá de Nabo Ralado – Este é um chá que se tem revelado útil, não só nas alturas das gripes e constipações, mas também quando andamos em viagem e mudamos repentinamente de destinos quentes para destinos frios, ou vice-versa. Já nos foi muito útil no Camboja, onde se faziam sentir 40ºC à sombra e o nosso corpo precisava de se adaptar rapidamente, pois vínhamos dos Himalaias, onde apanhamos temperaturas muito baixas, a rondar os 0ºC. Para preparar o chá rale duas colheres de sopa de nabo ou rabanete e adicione 1 pitada de sal marinho. Coloque tudo numa chávena e adicione água a ferver. Mexa e beba o mais quente possível e descanse.

 

  • Chá de Kuzu – Este é um chá útil para reduzir inflamação, bem como para equilibrar o sistema nervoso (esteja ele fraco ou hiperativo) e que regula o aparelho digestivo, em particular o intestino. Para preparar o chá dissolva uma colher de chá de raiz de Kuzu numa chávena de água fria. Dissolva bem e leve ao lume. Mexa constantemente para evitar que se formem “grumos”, até que a mistura se torne mais espessa e que a cor altere de “calcária” para mais translúcido. Beber enquanto quente.

 

  • Chá de Gengibre – Este chá tem uma natureza quente e um sabor picante, e como foi dito anteriormente, tem a capacidade de aumentar a circulação, abrir os poros e “expelir” o frio. Se tiver febre não deve fazer esta preparação. O objectivo deste chá é promover a transpiração e assim eliminar o frio interno. De preferência deve ser feito antes de dormir e combinado com um escalda pés. Este chá é muito fácil de fazer, basta cortar uma rodela de gengibre fresco, com cerca de 0,5 cm e adicioná-la a uma chávena e meia de água fria. Levar ao lume e deixar ferver durante 15 minutos. Beber quente, adoçado ou não com uma colher de chá de geleia de arroz.

Estes são remédios simples que podem ajudar a ultrapassar estas pequenas questões de saúde. Mas, convém não esquecer que é sempre melhor prevenir do que remediar, logo adoptar um estilo de vida mais consciente e natural, em que a alimentação é biológica, maioritariamente de origem vegetal, local e sazonal, ajuda o nosso corpo a se adaptar melhor ao meio em que está inserido e reduz a tendência para este tipo de situações.

Atreve-te a ser diferente!

Vive consciente!

Sabores do Viajante

13 Jan 2020 sem comentários daniela

Ainda hoje me recordo da sensação de ver o meu primeiro livro à venda, em Fevereiro de 2016. Recordo que a sensação era de algo quase irreal, como se estivesse a ver um filme em que um dos protagonistas era eu. O meu primeiro livro aconteceu de uma forma muito fluida, natural e sem saber que estava a surgir. Tudo teve início com as viagens que comecei a fazer à volta do mundo com o meu marido, o Luís Baião, e a sua Zen family.

Sempre gostei de cozinhar, e a alimentação consciente e natural faz parte da minha vida há mais de quinze anos, muitos anos antes de começar a escrever. Em viagem, descobri que estava já a fazer mentalmente transformações aos pratos que provava, de forma a torná-los mais condizentes com a minha filosofia de vida. Foi a partir dessa adaptação, dos pratos que aprendi e provei em viagem, a uma alimentação mais consciente e natural, com recurso a produtos locais e sazonais, que surgiu o livro “Viagens da Comida Saudável”.

O meu segundo livro, “Cozinhar com Amor”, foi mais consciente. O objectivo foi o de mostrar que é fácil comer desta forma, que qualquer um o pode fazer e que cozinhar é uma forma de amar. Para isso, convidei alguns amigos para participarem no livro e escolhi apenas receitas fáceis que qualquer pessoa pode fazer. O resultado foi fabuloso. O feedback que recebo todos os dias de pessoas comuns, que muitas vezes estão a dar os primeiros passos na cozinha, é o de que as receitas são fáceis, saem bem e são deliciosas. É a melhor coisa que podemos ouvir.

O culminar do sucesso deste livro foter sido galardoado com um Gourmand Cookbook Award, em Maio de 2018, um prémio internacional que o distinguiu como um dos melhores livros do mundo de receitas fáceis. De repente, ali estava eu, uma ilustre desconhecida no mundo da cozinha internacional a receber um prémio, na China – o local escolhido para a cerimónia. O mais lindo é que ainda hoje o livro continua a ser um sucesso.

Sabores do Viajante

Passaram quase quatro anos, e eu, que não tinha planeado sequer escrever um livro, já estou no terceiro. Neste novo livro, o tema volta a ser o das viagens. Tenho viajado imenso por todo o mundo com a Zen family, da qual agora faço parte como facilitadora das viagens, e feito descobertas que não posso deixar de partilhar com todos vocês. Este livro é para todos. Mesmo para todos. Para os amantes de viagens, para os amantes de cozinha, para pessoas inexperientes e para chefs, que dominam todas as técnicas.

O importante é ir para a cozinha e cozinhar

O importante é a viagem através das partilhas e depois através dos sabores. Para mim, o importante é ir para a cozinha e cozinhar. Quando comecei, umas vezes saía bem, outras vezes saía mal, mas o mais importante é que cozinhava. No início com mais esforço, mas com o tempo passa a ser muito mais fácil, havendo até espaço para os imprevistos e para a improvisação. São as experiências, boas e menos boas, que nos ensinam. Assim é na vida, assim é na cozinha.

O mundo mudou muito desde 2016, pelo menos para mim. Agradeço a todos os que abrem a porta das suas casas e me deixam entrar com a minha alimentação consciente e natural. Agradeço-vos através de cada página deste livro.

Este não é um típico livro de cozinha, também não é um típico livro de viagens. Tudo se mescla e se combina. Apesar de ser defensora de uma alimentação consciente e natural, e de existirem alguns alimentos que opto por não usar, não posso afirmar que sou fundamentalista. Se o fosse, não conseguiria viajar. Não tenho uma guerra declarada ao glúten (do trigo), aos lacticínios, à carne e ao açúcar, mas optei por não os incluir na minha alimentação, porque percebo que não os ingerir favorece o equilíbrio do nosso organismo.

Ao longo deste meu novo livro viajará por vários países e encontrará dicas de viajante, assim como receitas com sabores e inspiração dos locais que visitei, para serem feitos cá, com produtos locais e sazonais.

Para este livro elegi destinos tão fascinantes como o Butão, a Patagónia Argentina, Bali na Indonésia, Japão, a bela Itália e vários destinos de norte a sul do nosso Portugal. Misturando notas e fotos pessoais das viagens com dicas e curiosidades, apresento-vos receitas com ingredientes fáceis de encontrar e instruções simples que nos conduzem a uma alimentação saudável e a uma vida mais feliz e consciente.

Espero que gostem dele tanto quanto eu.

Atreve-te a ser diferente!

Vive Consciente!

Cacau: Alimento divino ou mundano?

06 Jan 2020 sem comentários daniela

Eu adoro cacau! Este é dos poucos alimentos que não sendo local e sazonal, consumo com alguma regularidade.

A origem do cacau

O cacau é originário das Américas do Sul e Central, sendo considerado desde há muito como um alimento dos deuses. Originalmente, as sementes eram torradas, moídas e transformadas numa bebida, que foi comum aos incas, maias e astecas. Existem muitas lendas à volta deste fruto e da forma como, sendo um alimento dos deuses, se tornou um alimento mundano.

Qual a diferença entre o cacau e o chocolate?

Com lenda ou sem lenda, a verdade é que existem muitos mitos e histórias à volta do cacau. Um deles é a confusão que se faz entre o cacau e o chocolate. Quase parecem sinónimos, mas não o são, a bem da verdade. É claro que um dos ingredientes do chocolate é o cacau, mas para que possamos usufruir de todos os benefícios que o cacau nos oferece o melhor é consumir cacau cru e não cacau transformado já em chocolate (ao qual adicionaram outros ingredientes, como gorduras, produtos lácteos e açúcares).

Quais os benefícios do cacau?

O Cacau possui muitas propriedades benéficas, por exemplo, é um dos alimentos com mais propriedades antioxidantes devido a ter na sua composição muitos minerais, como é o caso do magnésio. Este é um mineral alcalino importante para o ser humano, que desempenha um papel estrutural, por exemplo a nível ósseo e das células musculares.

Outra propriedade benéfica, e que todos nós conhecemos, é a sensação de bem-estar e prazer que um bom pedaço de chocolate nos traz. Esta sensação provém da libertação de serotonina, causada pelo consumo de cacau. E, é por causa desta sensação de prazer que nos oferece, que muitos de nós não conseguimos resistir à tentação de comer chocolate.

. Antioxidante

O cacau em pó tem cerca de 43 mg por grama de flavonóides, um antioxidante poderoso do grupo dos polifenóis. O Medical News Today diz que o cacau é um dos alimentos que mais polifenóis contém, mais até do que o vinho e do que o famoso chá verde.

. Antidepressivo

Devido à presença de fenetilamina, a “hormona da paixão” – que é um neurotransmissor que actua a nível cerebral, melhorando o humor – o cacau tem propriedades anti-depressivas. Isso e porque o cacau estimula a produção de endorfinas, o que nos leva a nos sentirmos bem e mais felizes. Outra função ligada ao bem-estar está relacionada com a produção de serotonina, outro neurotransmissor, que se eleva assim que ingerimos qualquer tipo de alimento que contenha cacau.

. Anti-inflamatório

Pelo facto de possuir muitos flavonoides, um dos benefícios do cacau é o efeito anti-inflamatório. Os flavonoides estão amplamente distribuídos pelo reino vegetal, nomeadamente no cacau e são notáveis as ações biológicas, como a capacidade de agir sobre a inflamação e sobre o sistema imunológico – o que lhes confere um enorme potencial farmacológico para os processos inflamatórios.

. Melhora o sistema cognitivo

Os flavonoides presentes no cacau contribuem para uma melhor oxigenação no cérebro e ajudam a melhorar a função cognitiva e fluência verbal.

. Anti-envelhecimento

Os polifenóis agem como neutralizantes dos radicais livres, inclusive na pele, diminuindo o envelhecimento precoce.

E, quais são as contra-indicações do consumo de cacau?

Apesar de todos os benefícios do cacau, há também que se considerar a presença de cafeína na sua composição, o que poderá causar efeitos indesejados como insónia e agitação, principalmente em indivíduos sensíveis a esta substância.

Já percebemos que comer chocolate não é a mesma coisa que comer cacau e que para usufruir de todos os benefícios que o alimento dos deuses nos oferece, o melhor mesmo é consumir a versão menos processada e com maior teor de cacau possível. Se ainda assim não for possível resistir à tablete de chocolate, escolha uma com um grande teor de cacau (acima dos 80%), certificando-se de que este é mesmo o principal ingrediente.

Atreve-te a ser diferente!

Alimenta-te de uma forma consciente!

Um Presente de Natal!

23 Dec 2019 sem comentários daniela

Natal é Amor. É união. É família.

Natal é, para mim, tempo de família, de muitos risos e alegrias. É uma época de fraternidade e união, que sempre espero que perdure no tempo. Para mim Natal é Amor! É também tempo de partilha e de celebração. O Natal é mágico para mim!

Celebro agora, mais uma vez, todo o Amor que recebi e partilhei com todos vocês, partilhando um pouco mais de mim.

Nos últimos dias percebi que em muitas casas existe um “drama alimentar” porque são diversas as intolerâncias que hoje em dia se sentem, porque são cada vez mais os adeptos de uma alimentação vegetariana ou até mesmo vegan, deixando muitos pais e outros familiares com dilemas do que fazer para nutrir de uma forma eficaz e com amor esses membros da família, ou até mesmo eles próprios.

Depois do lançamento dos meus 3 livros: Viagens da Comida Saudável, Cozinhar com Amor e Sabores do Viajante, é frequente contactarem-me dos mais diversos meios para sessões de esclarecimento, workshops, programas de televisão… Foram vários os canais de televisão que me contactaram para fazer uma ceia de Natal diferente e saudável, foram vários os programas em que participei com este tema. Por receber tantas mensagens de agradecimento por essas partilhas e outras tantas com dúvidas de como se faz algumas delas resolvi fazer esta partilha com todos vocês. Afinal, Natal é partilha! É Amor!

Natal é também tempo de abundância para muitos de nós, de mesas fartas. Nesta altura o mais comum é cometermos excessos alimentares. As iguarias tradicionais são sem dúvida saborosas, mas tendem a “pesar” no corpo, pelo excesso de gordura, de açúcar, de lácteos e de ovos. Tudo na vida deve ter conta, peso e medida. A pensar nisso e porque faz já alguns anos que o meu Natal é mais consciente e natural, decidi investir um pouco do meu tempo, nos últimos dias para fazer este ebook e oferecer a todos os que quiserem este pequeno miminho.

Está recheado com receitas para uma ceia de natal diferente. Não tem bacalhau, nem perú, nem doces conventuais, mas é super saboroso, saudável e docinho. Tem receitas que fiz na TV, nos últimos dias, e que deixaram com água na boca muita gente (a acreditar nas mensagens que me chegam!).

Para todos que pediram e para quem tem curiosidade é só fazer download do ebook carregando no link abaixo.

Ebook “Natal Consciente e Natural”

Este é o meu presentinho de Natal para todos vocês!
É um pouco do meu Amor para todos vocês!

FELIZ NATAL!

Atrevam-se a ser diferente!
Vivam Conscientes!

Daniela Ricardo

Dietas de Verão

26 Jun 2019 sem comentários daniela

Esta altura do ano é sempre muito profícua no que respeita a dietas de emagrecimento que têm como objectivo a obtenção um corpo esbelto e bonito para o verão. A verdade é que vejo um sem número de pessoas nessa senda, fazendo planos alimentares restritivos e desequilibrados que ajudam atingir momentaneamente o objectivo, mas num período curto de tempo, e que levam o organismo a grandes desequilíbrios.

As dietas loucas de verão não são saudáveis e também não funcionam. Um corpo bonito e saudável, não se obtém com uma dieta milagrosa. Ela deve provir de hábitos de vida saudáveis que se praticam diariamente, durante todo o ano.

Todos conhecemos ou já ouvimos falar dos riscos que representa para a saúde assim como o indesejado efeito ioiô deste tipo de dietas. Todos já ouvimos e comprovamos a perda de peso e o ganho do peso perdido logo pouco tempo depois. Então porque estamos sempre a repetir o mesmo padrão?

Primeiro de tudo, nunca é demais repetir, uma boa dieta é aquela que pode e deve ser adoptada ao longo de todo o ano, que nos permite ter energia, vitalidade, um corpo saudável e consequentemente um corpo bonito.

É para isso necessário garantir que a alimentação possui todos os nutrientes necessários ao bom funcionamento do nosso organismo, como hidratos de carbono complexos, fibras, vitaminas e proteínas. Eu dou preferência, por exemplo a cereais integrais como fonte de hidratos de carbono, a vegetais e legumes biológicos da época como fonte de fibras e vitaminas, e a leguminosas, nos mais variados estilos, como fonte proteica. Um bom regime alimentar garante que a alimentação seja variada, local, sazonal, biológica e adaptada à nossa condição física, constituição e local onde vivemos.

Tenho muitas pessoas que me procura para emagrecer, mas rapidamente chegam à conclusão que o importante é estabelecer um plano alimentar adequado às suas necessidades e à sua condição, sendo que perder peso será um efeito secundário de boas praticas alimentares.

A prática de exercício físico, hoje em dia, é essencial, assim como a ingestão de água. Isto porque na maioria dos casos mexemos muito pouco o nosso corpo, mesmo nas actividades que implicam um pouco mais de utilização corporal e o que comemos, na maioria dos casos é demasiado para as nossas verdadeiras necessidades.

Atreve-te a se diferente!
Vive consciente!

Sumos 100% fruta serão saudáveis?

25 Jun 2019 sem comentários daniela

Nas consultas de orientação alimentar que faço, chegam muitos clientes que aparentemente têm hábitos alimentares salutares, mas que ainda assim possuem algumas questões de saúde que estão directamente relacionadas com a alimentação.

Os sumos de fruta são comummente vistos como uma opção mais saudável do que as bebidas açucaradas. No entanto, embora os sumos de frutas contenham vitaminas e outros fitonutrientes, as características nutricionais dos sumos 100% de fruta são semelhantes às das bebidas açucaradas. Nas duas opções predominam os açúcares de absorção rápida e a água, pelo que este açúcar é metabolizado pelo nosso corpo da mesma forma.

O metabolismo da frutose acontece quase exclusivamente no fígado, sendo que o seu consumo excessivo, especialmente na forma concentrada, altera os valores de lípidos no sangue, os marcadores de inflamação e a pressão arterial. Por outro lado, o consumo elevado de glicose (a forma mais simples de açúcar) está associado a resistência à insulina e a diabetes.

Os efeitos na saúde de sumos de fruta têm sido menos estudados do que os efeitos de outras bebidas açucaradas. Os efeitos do consumo de fruta sob a forma de sumo e sob a forma de fruta inteira são diferentes, pois a absorção dos açucares é mais lenta quando a fruta é ingerida na forma inteira.

Apesar desta ressalva existem efeitos benéficos nos sumos 100% de fruta que poderão estar relacionados com a presença de substâncias bioativas como vitaminas, minerais e polifenóis nos sumos. No entanto, alguns estudos demonstram que esses benefícios se perdem quando se ingere grandes quantidade de sumo, o que aumenta também a quantidade de açúcar na bebida.

Os polifenóis podem e devem ser adquiridos a partir de fruta inteira, as quais têm a fibra intacta e cujos efeitos benéficos estão bem estabelecidos estando associados a uma diminuição do risco de várias doenças crónicas quando consumida regularmente. A regra para obtermos o maior partido da fruta parece ser comer, mas não beber. Se optarmos por beber, não devemos ultrapassar os 140 ml de sumo por dia, que é menos do que um copo.

Atreve-te a se diferente!
Vive consciente!

 

Aveia – O que é, quais os benefícios e como consumir?

25 Jun 2019 sem comentários daniela

A aveia é um alimento que nos últimos anos entrou na moda. Todos conhecem a aveia. São inúmeras as receitas com este alimento, mas o que é, quais as suas propriedades e quais os seus benefícios, nem todos conseguem responder. Na minha opinião é importante responder a estas questões.

O que é a aveia?

A aveia é um cereal muito resistente, cultivada há milhares de anos em várias regiões do mundo e que antes de ser utilizada na alimentação era usada com fins medicinais. Hoje faz parte da base alimentar de quase todas as culturas do mundo. Embora originalmente se tenha desenvolvido na Ásia, hoje produz-se em quase todo o mundo. É na minha opinião um cereal que deve ser consumido em maior quantidade no Outono ( a sua época), até porque dos cereais é dos que contem mais gordura e nos ajuda a preparar para o frio que se avizinha, no Inverno.

No mercado encontramos aveia de várias formas:

Aveia em grão integral: é um cereal integral, inteiro, com toda a sua capacidade nutricional.

Aveia em flocos: é um cereal semi-integral, pois os grãos inteiros são apenas prensados. Esta versão conserva todos os nutrientes e fibras do grão, menos a capacidade de germinar, pelo que não podem ser designados como integrais (íntegros).

Farelo de aveia: obtido a partir da parte mais externa do grão, a casca, e por isso contém uma concentração de fibras bastante alta, mas perdeu a maior parte dos seus nutrientes pelo que eu desaconselho o uso, assim como são muito agressivos para o trato digestivo.

Farinha de aveia: integral e branca, sendo uma mais completa que outra, no que respeita à quantidade de nutrientes. Como farinha que é, é sempre de evitar, mas a sua utilização é muito versátil.

Aveia instantânea ou adicionada noutros produtos como granolas. Nestes casos, é preciso estar atento aos outros ingredientes, como o açúcar, que podem tornar os produtos muito menos saudáveis que a aveia sozinha. O ideal mesmo fazermos em casa.

Quais as propriedades da Aveia?

A aveia é um cereal (hidrato de carbono) rico em fibras solúveis e insolúveis, em minerais como manganês e molibdênio, fósforo, magnésio, cobre, cromo e zinco e vitaminas, nomeadamente a vitamina B1, biotina. Possui também uma grande quantidade de proteínas, com a vantagem de serem de origem vegetal.

Quais os benefícios da Aveia?

O consumo de aveia pode trazer muitos benefícios à saúde, embora na minha opinião não deva ser consumido diariamente, como ocorre hoje em dia. Não é só a aveia que não deve ser consumida desta forma, são todos os alimentos, porque o nosso corpo tem necessidade d variedade para obter todos os nutrientes que necessita. Ainda assim, falemos dos benefícios da aveia, como o compromisso de variar este cereal com todos os outros, de acordo com a estação do ano que estamos a viver.

É uma excelente fonte de hidratos de carboidrato complexos. É um alimento de baixo índice glicémico, ou seja, os hidratos de carbono (os açúcares) deste alimento são absorvidos lentamente, não provocando picos de glicemia e consequentemente de insulina. Este tipo de alimento é recomendado antes de atividades físicas, pois mantém a absorção e disponibilização de açucares na corrente sanguínea por um mais tempo.

– Ajuda na perda de peso, embora a aveia não seja um alimento de baixo teor calórico, quando consumida em quantidades adequadas pode ajudar no processo de emagrecimento. Isto porque é rica em fibras e em açucares de absorção lenta, o que proporciona uma maior saciedade por um período prolongado de tempo.

Ajuda a melhorar a resposta imunitária, como cereal integral (ou seja, se consumido em grão ou em flocos) porque a sua fibra ajuda a manter a boa saúde intestinal e dessa forma a manter em boa saúde a nossa microbióta (flora intestinal) que é uma das nossa linhas de defesa.

Existem estudos que indicam que as beta-glucanas, presentes na aveia se mostram eficientes no auxílio do sistema imune ao interferir na atividade dos neutrófilos. Os Neutrófilos são células não específicas do sistema imune que atuam na defesa contra micro-organismos invasores. Estudos laboratoriais mostram que a beta glucana aumenta a velocidade com que os neutrófilos chegam aos locais com infecção e também melhoram a sua capacidade em eliminar as bactérias presentes.

Ajuda a prevenir Diabetes, por ter um baixo índice glicémico, a aveia diminui a taxa de absorção dos açucares e melhora a sensibilidade à insulina. Dietas que levam a baixos índices glicémicos são associadas a menores índices de resistência à insulina e, consequentemente, menor prevalência de diabetes tipo II, segundo um estudo de 2006 publicado no The American Journal of Clinical Nutrition. Apesar deste efeito, não substitui a necessidade de uma alimentação correta e equilibrada.

– Previne Obstipação (prisão de ventre), são vários os estudos que mostram uma relação positiva entre o consumo de fibras, principalmente provenientes de grão integrais, como a aveia, e a redução da incidência de obstipação. As fibras são incorporadas no bolo fecal e absorvem água, facilitando a sua passagem pelo intestino, prevenindo a obstipação.

Existe algum risco em consumir aveia?

A aveia contém purinas, que são substâncias que podem ser desdobradas até ácido úrico no organismo. Pessoas que altos níveis de ácido úrico e gota, devem consumir a aveia com cautela e muita moderação. O consumo em excesso, pode ser prejudicial, como tudo o que consumimos em excesso. Apesar de serem bastante benéficas, o excesso de fibras pode causar problemas gastrointestinais. Além disso, a aveia não é um alimento de baixo teor calórico, apesar do seu baixo índice glicémico, o que o consumo exagerado pode levar a um aumento de peso.

Segue uma receita simples, super saborosa, consciente e natural com aveia.

 

BOLO SEM FARINHA

Ingredientes:

  • 200 g de flocos de aveia finos
  • bebida de aveia q.b para cobrir todos os ingredientes
  • 2 cenouras raladas ou uma chávena de abóbora ralada
  • 1 pitada de sal
  • 1 colher de café de canela em pó
  • ½ chávena de chá de geleia de arroz
  • ½ chávena de amêndoa cortada em palitos

Misture todos os ingredientes líquidos. Deixe repousar para que os flocos absorvam o líquido. Coloque a massa na forma e leve ao forno, a 180º C, durante cerca de 50 minutos ou até ficar douradinho. Bom Apetite!

Dica: pode substituir as cenouras e a abóbora, por maçãs ou pêras raladas. O resultado final é igualmente delicioso e assim pode variar o sabor do seu bolo.

Atreve-te a ser diferente!

Alimenta-te de uma forma consciente!

A influência da alimentação nas Emoções

25 Jun 2019 sem comentários daniela

Hoje, é muito comum ouvirmos falar de fome emocional e de como as emoções influenciam a nossa alimentação. Essa relação existe, no entanto, seria interessante falar-se também da relação inversa. Ou seja, sobre o modo como os alimentos influenciam o nosso funcionamento emocional e intelectual.

É verdade que as nossas emoções têm um efeito poderoso na escolha dos alimentos e nos nossos hábitos alimentares. Mas, o contrário também o é.

Existe uma correlação entre a prevalência de doenças do foro mental e as alterações da alimentação com a industrialização da comida. Parece haver uma conexão entre determinadas carências nutricionais e algumas perturbações emocionais. Por exemplo, a falta de ferro e ómega 3 parece que aumenta a vulnerabilidade à depressão e à ansiedade. O excesso de açúcar, por sua vez, tende a provocar agitação e falta de concentração.

O que comemos influencia o que sentimos, o que pensamos e como nos comportamos.

Quando ingerimos algo, esse algo irá de alguma forma fazer parte de nós. Primeiramente entra na nossa corrente sanguínea e alimenta todas as nossas células e tecidos, inclusive as células do nosso sistema nervoso. Isso influencia a qualidade dos nossos pensamentos e até a forma como percecionamos o mundo e interagimos com ele. É fácil de perceber, se vos der um exemplo, bem simples e que quase todos já experimentaram.

Ingerir álcool, apanhar uma bebedeira ou ficar animado com um copo de vinho. O álcool, é um açúcar de absorção rápida, que como os demais alimentos, entra na nossa corrente sanguínea, e nutre de açúcar todas as nossas células, inclusive as do sistema nervoso. Quando estamos embriagados, muitas vezes temos uma perceção bem diferente do mundo e de nós próprios. Os tímidos ficam ousados, os ousados ficam introvertidos e a forma de interagir com o mundo muda, pelo menos momentaneamente. A influência do que comemos no que pensamos, como interagimos com o mundo, está sempre presente, embora a velocidade a que ocorre por vezes é lenta (se compararmos com o álcool) para que percebamos as mudanças que ocorrem.

Com os açucares simples, ou de absorção rápida é demasiado evidente. A glicose, vulgo açúcar, é o principal combustível do cérebro. Quando em excesso ou em carência acabam por se traduzir em desequilíbrios emocionais e do comportamento. As farinhas e açúcares refinados, além de serem pobres nutricionalmente, por terem perdido fibras, vitaminas e minerais, são açúcares de absorção muito rápida. Estes açúcares, entram muito rápido na circulação sanguínea, tal como o álcool, e vão levar uma libertação brusca de insulina que armazena quase de imediato este açúcar dentro de cada uma das células. O resultado são células com uma carga energética (açúcar) muito alta, o que conduz, por exemplo, a sintomas de hiperatividade em crianças e a ansiedade nos adultos.

Este armazenamento no interior das células, tem o reverso da medalha, leva a que glicose saia da circulação sanguínea repentinamente, pelo que o organismo começa a produzir glicagina, que provoca sensação de fome voraz, irritabilidade, falta de concentração e diminuição da capacidade cognitiva. É quase um ciclo vicioso!

Todos os alimentos processados, pastelaria, doces, chocolates, sumos e refrigerantes são as principais fontes de hidratos de carbono simples, isto é, de açucares de absorção rápida, pelo que o melhor mesmo é evitá-los.

Por outro lado, se os açucares forem de absorção lenta, como os hidratos de carbono complexos dos cereais integrais, vegetais e leguminosas o efeito é bem diferente. Por serem complexos, estes hidratos de carbono apresentam índice glicémico muito mais lento o que promove estabilidade e um aporte de glicose regular em todos os sistemas do nosso corpo. Além de estes açucares serem de absorção lentam estão carregados de vitaminas e minerais, contribuindo para o bom funcionamento do cérebro (atenção, memória, concentração) e na manutenção de níveis de energia adequados, tanto em crianças como em adultos, o que leva a uma estabilidade emocional.

 

A grande quantidade de gordura existente na alimentação ocidental atual é também motivo de preocupação. A maioria das gorduras consumidas são saturadas, polinsaturadas (ómega-6, em excesso) e as gorduras trans. A ingestão em excesso destas gorduras, não só promove a obesidade e doenças metabólicas, como prejudica o funcionamento adequado do cérebro resultando na redução das capacidades intelectuais, como a memória e a concentração, e alterações do humor, como a ansiedade e depressão.

As vitaminas e minerais são micronutrientes fundamentais que possibilitam inúmeras reações no nosso organismo, a construção e reconstrução de tecidos, inclusive do cérebro e sistema nervoso. As vitaminas participam na conversão de glicose em energia, na produção de serotonina (o neurotransmissor da felicidade), da melatonina (regulador do sono) e da acetilcolina (potenciador da memória). Assim, um aporte inadequado de vitaminas pode resultar num QI abaixo do seu verdadeiro potencial, numa memória fraca, em cansaço, tonturas, défice de atenção e concentração, falta de motivação e depressão, tanto em crianças como em adultos.

Os vegetais e frutas são fontes alimentares por excelência de vitaminas do complexo B, e vitaminas C e E, que com as suas funções antioxidantes protegem as células dos radicais livres. A vitamina E, lipossolúvel, é a principal protetora a nível cerebral e está presente em vegetais de folha verde, sendo mais predominante em óleos vegetais, sementes e leguminosas.

Os minerais como o magnésio, zinco, selénio, cálcio, ferro e outros são essenciais para a saúde emocional. O magnésio desempenha um papel fundamental na obtenção de um estado de calma e um sono de qualidade, sendo que o seu défice está associado a indivíduos nervosos, irritáveis e agressivos.  O zinco está envolvido na manutenção do cérebro, nomeadamente na produção de serotonina e melatonina e na prevenção da oxidação celular. A carência de zinco está envolvida numa grande variedade de problemas de saúde, como a hiperatividade, o autismo, a ansiedade a depressão. O ferro, juntamente com a vitamina C e vitaminas do complexo B, nas doses adequadas, têm demonstrado reverter sintomatologia associada à depressão, bipolaridade, apatia e distúrbios alimentares.

Estes são apenas alguns exemplos do efeito da alimentação na nossa saúde física e emocional. Tudo o que comemos influencia a forma como sentimos e nos comportamos. Um exemplo que dou muitas vezes é a de compararem dois amigos. Um com uma alimentação tendencialmente de origem vegetal e outro, com uma alimentação tendencialmente de origem animal. O comportamento de ambos perante a mesma situação é diferente. O amigo que come maioritariamente vegetais, tem naturalmente um comportamento mais sereno, mais tranquilo e aparentemente mais passivo. O outro amigo, que come em maior quantidade produtos de origem animal, tende a ser mais inquieto, a estar sempre pronto para ação, a estar aparentemente mais ativo. Assim, fica fácil de perceber que o que comemos não afeta só o nosso corpo físico, como afeta as nossas emoções e o nosso comportamento.

Vejamos as emoções. Todos nós temos determinadas tendências por exemplo quando estamos tristes. Muitos deixam de comer, outros comem desmesuradamente para compensar essa tristeza. As nossas emoções têm um efeito poderoso na escolha dos alimentos e nos nossos hábitos alimentares. O que comemos afeta a forma como nos sentimos, assim como o que sentimos afeta nossa maneira de comer.

A melhor forma de ter um sistema nervoso equilibrado, assim como emoções equilibradas, do ponto de vista alimentar é adotar hábitos alimentares saudáveis, com grande variedade de alimentos, preferencialmente de origem vegetal, com incidência em cereais integrais, frutas, produtos hortícolas, leguminosas e sementes. A variedade de alimentos, acarreta consigo variedade de nutrientes, o que levará a que não ocorram deficiências de nutrientes no nosso organismo. Concomitantemente a esta variedade, os alimentos escolhidos devem ser o mais possíveis locais e sazonais, pois como sempre digo, a natureza faz tudo certo. Tudo cresce no local certo e na altura certa, para nos fornecer todos os nutrientes necessários para nos adaptarmos a esse local, nessa altura. Outra recomendação é que os alimentos sejam preferencialmente biológicos, isto porque além de não possuírem pesticidas são mais ricos em nutrientes do que os de agricultura convencional.

É claro que a alimentação não engloba apenas os alimentos que ingerimos. Tal como digo muitas vezes, engloba o que pensamos, o que sentimos, o que ouvimos, o que respiramos, o que vivemos, …. Enfim engloba todas as áreas da nossa vida, embora a mais fácil de controlar seja a que colocamos no prato.

Fica aqui, uma pequena receita de um sumo carregado de energia vital, apreciado cá em casa e também pala minha querida amiga Rute Cadeira, tanto que foi uma das receitas escolhidas por ela para fazer parte do meu livro “Cozinhar com Amor”.

Sumo Vital

Ingredientes:

  • 1 banana
  • ½ abacate
  • ½ Cenoura
  • 1maçã
  • 1 colher de sopa de Aveia
  • 2 nozes
  • 1 colher de chá de canela
  • 1 copo de água

Colocar tudo no liquidificador e triturar. Em poucos minutos tem um sumo rico em fibras, vitaminas, minerais, hidratos de carbono, açucares e energia vital, que deixa qualquer pessoa saciada e nutrida. Deve ser consumido de imediato.

Atreve-te a ser diferente!

Alimenta-te de uma forma consciente!

Natal é Amor!

21 Dec 2018 sem comentários daniela

Natal é Amor. É união. É família.

Historicamente e culturalmente, o Natal é o nome da festa religiosa cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo. O dia de Natal, 25 de Dezembro, foi estipulado pela Igreja Católica no ano de 350 (século IV) através do Papa Júlio I, sendo mais tarde oficializado como feriado.

A Bíblia nada diz sobre o dia exato em que Jesus nasceu e por isso a comemoração do Natal não fazia parte das tradições cristãs. O Natal começou a ser celebrado para substituir a festa pagã da Saturnália, que por tradição acontecia entre 17 e 25 de Dezembro. A comemoração do Natal em substituição dessa celebração foi uma tentativa de facilitar a aceitação do cristianismo entre os pagãos.

Apesar deste apontamento histórico, eu como nasci numa família católica, o Natal foi sempre celebrado.

Natal é, para mim, tempo de família, de muitos risos e alegrias. É uma época de fraternidade e união, que sempre espero que perdure no tempo. Para mim Natal é Amor!

Existe o ditado que diz que o Natal é sempre que o Homem quer. Era mágico que o homem quisesse que fosse todos os dias. Até isso acontecer, resta-nos o vislumbre dessa magia que todos vivemos nesta época. O que eu assisto é que as pessoas se tornam mais humanas, mais fraternas, mais afetuosas e com vontade de ajudar o próximo e de provocar sorrisos. Todos estamos mais amorosos.

O amor é uma força poderosa que nos transforma, nos dá novas forças. Quem ama vê tudo mais bonito, e tem vontade de expressar o amor com a eloquência e fogo de um poeta.

O Amor deve ser cultivado todos os dias! É ele o que realmente importa e que faz a diferença nas nossas vidas. Se ainda não o começaste a cultivar, começa agora. Cultiva o amor por ti e pelos outros. Quando o fizeres, verás que a vida é mágica! Existimos para amar, nascemos com o desejo de amar e de sermos amados. O Amor dá sentido e propósito às nossas vidas.

O Natal é Amor e por isso mágico para mim!

Mas, o Natal é também tempo de abundância para muitos de nós, de mesas fartas. Nesta altura o mais comum é cometermos excessos alimentares. As iguarias tradicionais são sem dúvida saborosas, mas tendem a “pesar” no corpo, pelo excesso de gordura, de açúcar, de lácteos e de ovos. Tudo na vida deve ter conta, peso e medida. A pensar nisso e porque faz já alguns anos que o nosso Natal é mais consciente e natural, decidi oferecer a todos os que quiserem um pequeno miminho. É um ebook pequeno, com receitas para uma ceia de natal diferente. Não tem bacalhau, nem perú, nem doces conventuais, mas é super saboroso, saudável e docinho.

Se tens curiosidade é só fazer download do ebook carregando no link abaixo.

Este é o meu presentinho de Natal para todos vocês.

ebook: aBio Ceia de Natal

 

Feliz Natal com muito Amor!

Granola para o Verão

17 Sep 2018 sem comentários daniela

Granola para o Verão

Granola é uma mistura de flocos de cereais, frutos secos e sementes com um adoçante, de preferência natural, que vai normalmente tostar no forno, e, por isso, adquire uma textura crocante e completamente viciante. Este é um artigo que escrevi para a plataforma Simply Flow By Fátima Lopes.

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Alimentação Consciente e Natural no Verão – artigo no Simply Flow by Fátima Lopes

10 Sep 2018 sem comentários daniela

Comer de acordo com as estações do ano, alimentos locais e sazonais, e de preferência biológicos, é uma boa forma de nos ajudar a adaptar ao local onde vivemos e com isso trazer mais vitalidade e energia à nossa vida.  Esta filosofia, vista como uma tendência consciente e natural, levou a querida  Fátima Lopes,  que conhece bem o meu trabalho, a pedir-me para escrever um artigo sobre este tema para a sua plataforma de saúde e bem-estar – Simply Flow by Fátima Lopes.

A Natureza, de uma forma natural, oferece-nos os alimentos que são importantes ingerir nas diferentes épocas do ano. 

É fácil perceber que quando está calor o nosso organismo necessita de alimentos que lhe permita arrefecer e expandir, para estar adaptado ao tempo que se faz sentir. Quando está frio acontece precisamente o oposto.

Tendo isto em consideração é importante comermos de acordo com a estação do ano que estamos a viver. A primeira consideração importante é perceber que tipo de energia se vive no Verão, que é o assunto do deste artigo.

Qual a energia que se vive no Verão?  

Na minha opinião esta é uma estação com uma energia considerada expansiva, isto é, em que a energia se move em todas as direções, pelo que o ar que se respira tem uma energia festiva! A Natureza está no seu auge. Expande em todas as direções. Tudo o que brotou na Primavera, agora floresce e atinge o seu apogeu de crescimento. O Sol brilha com mais intensidade, a temperatura ambiente é mais elevada e com ela todos os corpos se expandem, como a energia desta estação.

Todos nós, como parte integrante da natureza, sofremos alterações com as mudanças das estações.  

Devemos, então, preparar-nos para os diferentes ciclos alinhando com tudo o que nos envolve e, desta forma, desenvolver uma adaptabilidade fácil e espontânea que se traduzirá numa saúde e bem-estar surpreendentes! O nosso meio interior e o exterior devem ter uma energia contínua e fluida. Para que tal aconteça, basta que o nosso organismo esteja permeável à troca. Mas, como podemos fazer?

Segundo os ensinamentos orientais, à energia relacionada com o Verão está associada a cor vermelha, o sabor amargo e aos órgãos Coração e Intestino Delgado.  

A minha proposta é a de ajudar o nosso organismo nessa adaptação através de ajustes na alimentação (sendo esta a forma mais direta e imediata de ajuste do nosso corpo, mente e espírito). Há também outras coisas que podemos fazer que contribuem para esse ajuste, como: usar roupas largas, leves e frescas, com cores vivas, ouvir música alegre, que convide ao movimento, sair mais para o exterior, alinhar em festas, aproveitar o sol… e comer bem.

O Verão oferece uma infinita variedade de produtos frescos e numerosas possibilidades de se usar uma culinária alegre e criativa.

Os métodos culinários que usamos devem ser simples e com frescura, como são exemplo os salteados rápidos, as marinadas, as saladas cruas e as tempuras.  

Estes métodos culinários encerram em si uma energia rápida, expansiva com mais frescura, em parte por se consumir mais alimentos crus, o que nos transmite uma energia de maior vivacidade, tão importante para nos libertarmos com o Verão.

Os alimentos que escolhemos são de extrema importância.  Por exemplo, o cereal a dar especial relevo no Verão é o milho, que é o mais ligeiro de todos. Sim, o milho é um cereal! Embora, atualmente, este alimento seja considerado mais um vegetal do que um cereal, em virtude da sua produção ser quase toda híbrida. O milho beneficia órgãos como o coração (pericárdio) e o intestino delgado, tonificando-os energeticamente para que possam acompanhar a “sobrecarga” oriunda do aumento da temperatura ambiente e da nossa atividade física. Este cereal pode ser consumido de várias formas, como, por exemplo, maçarocas, pipocas, broa, arepas (panquecas tradicionais da América Latina) e polenta (sêmola ou carolo de milho). Mais para o final do Verão podemos incluir aqui o Millet, também ele um milho conhecido por painço ou milho miúdo.

No que respeita a fruta e legumes a escolha é bastante clara: devemos dar preferência aos que são da época e de preferência locais, pois representam por si só o elemento da estação. Sendo assim, podemos eleger frutas como os morangos, os pêssegos, as cerejas, os melões e as melancias tão características desta altura do ano.

Quanto aos legumes, devemos escolher aqueles que contenham em si uma energia expansiva, como são exemplo os de folha verde como espinafresagriãorúcula. E, reparem que todos eles vão bem em saladas! O pepino e as courgettes são legumes que também podem ser usados, pois muito embora não sejam de folha verde, possuem energia de características expansivas.

No que respeita aos sabores, segundo a medicina tradicional chinesa, devemos dar algum ênfase ao amargo, no entanto é importante salientar que os 5 sabores (doce, picante, salgado, ácido e amargo) que existem devem estar sempre presentes no prato. O sabor amargo obtém-se em alimentos como sementes de sésamo levemente tostadas, nozes tostadas, em alguns legumes como rúcula, nabiças, grelos e, para os apreciadores, na alga nori.

Comer de uma forma consciente e natural, durante todo o ano, não é difícil, basta respeitar o ritmo da natureza e perceber que fazemos parte dela.  

Preferir alimentos vivos e frescos característicos de cada estação, em detrimento de produtos processados, e, por isso, já sem vitalidade, é o primeiro passo para que tal aconteça.

Fica aqui uma receita fresca e saborosa – que aprendi numa das viagens ao Perú e que pode encontrar no meu livro “Viagens da Comida Saudável” – ideal para comer nos dias quentes de Verão.

Ceviche Pré-Inca  

Ceviche é um prato de origem peruana, com alguma influência nipónica, que consiste marinar/cozinhar peixe branco cru em sumo de limão ou lima, ou outro citrino com acidez. O ceviche tem inspiração inca pré-colonização espanhola, o que significa que ainda não havia no país citrinos como o limão (geralmente mais usado). Por isso, vamos utilizar o alimento mais ácido daquela zona na época pré-colonial – o maracujá.

Grau de dificuldade: médio

Tempo de preparação: 7 horas

Rendimento: 4 a 6 pessoas

Validade: frigorífico – até 3 dias

Ingredientes:

  • 1kg de peixe branco fresco (linguado, pargo, robalo, etc.);
  • sal (q.b.);
  • 15 maracujás (q.b.)^;
  • 3 cebolas roxas;
  • pimenta moída (q.b.);
  • salsa.

Preparação:

Coloque o peixe cortado em tiras ou em cubos médios, devidamente amanhado, sem pele e sem espinhas, numa terrina. Corte as cebolas em tiras finas, tipo juliana, e acrescente ao peixe.

Tempere com o sal e a pimenta, acrescente o sumo e polpa dos maracujás, e envolva bem.

Tape a terrina com um pouco de película aderente e leve ao frigorífico durante seis horas. O peixe irá cozinhar na acidez do maracujá.

Quando servir, adicione um pouco de salsa picada.

Dica: se não for época dos maracujás e quiser muito fazer ceviche, pode substituí-los por sumo de limão. Passa a ter a receita mais comum, mas igualmente saborosa e ideal para comer no Verão.

Atreve-te a ser diferente!

Alimenta-te de uma forma consciente!

 

Máscara Caseira – rituais da pele

08 Aug 2018 sem comentários daniela

Máscaras Caseiras – um dos rituais da nossa pele

Um dos cuidados que aprendi a ter com a minha pele é que além de a limpar há que a hidratar.  Eu tenho tendência para usar tudo o mais natural possível, biológico e ecológico, pelo que até há bem pouco os cuidados que tinha eram muito poucos. Máscaras faciais eram quase inexistentes, até aprender com quem realmente sabe sobre este assunto.

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ESFOLIAÇÃO NATURAL – rituais da pele

06 Aug 2018 sem comentários daniela

ESFOLIAÇÃO NATURAL – um dos rituais de limpeza da nossa pele

Existem cuidados que devemos ter com a nossa pele. Tendemos a esquecer que este grande órgão precisa ser nutrido e que também ele é uma das vias de alimentação, tudo o que nela toca ao fim de alguns segundos está na nossa corrente sanguínea. Assim sendo, tudo o que colocamos na pele deverá ser tão bom como aquilo que comemos. Biológico e natural.

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A Importância dos Alimentos Fermentados

05 Jul 2018 sem comentários daniela

Alimentos Fermentados

Se desejamos usufruir uma boa saúde, cuidar o aparelho digestivo é fundamental. É possível fazer mudanças profundas no nosso organismo se mudarmos a condição do tracto digestivo, particularmente dos intestinos e da flora intestinal, a famosa microbiota. É aqui que entram os alimentos fermentados.

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Viagens- como comer Consciente e Natural? – artigo no Simply Flow by Fátima Lopes

05 Jun 2018 sem comentários daniela

Viajar pelo mundo pode ser uma experiência extremamente gratificante ou o contrário. Muitas vezes as questões alimentares impedem que desfrutemos em pleno da nossa viagem. Um viajante prevenido tem sempre melhores hipóteses de desfrutar plenamente da experiência. Ciente da minha experiência em viagens pelo mundo, a querida  Fátima Lopes,  que conhece bem o meu trabalho, pediu-me para escrever um artigo para a sua plataforma de saúde e bem-estar – Simply Flow by Fátima Lopes.

Alimentação Consciente e Natural em Viagem

Sou uma curiosa da gastronomia, quero sempre experimentar pratos novos, novos sabores e ter experiências o mais locais possíveis.

Assim sendo, para onde quer que eu vá escolho sempre pratos locais, atendendo sempre a algumas premissas que para mim são indispensáveis; Os alimentos devem ser locais, sazonais e de preferência biológicos. Esta última premissa nem sempre é possível atender, depende em que parte do globo terrestre nos encontremos, mas leva-me sempre numa aventura exploratória muito interessante.

O prato deve ser sempre variado e conter cereais, preferencialmente integrais, vegetais e uma fonte proteica, que eu privilegio que seja de origem vegetal ou peixe.

É sempre possível fazer estas escolhas, no início parece ser trabalhoso, mas depois torna-se um hábito e já é muito intuitivo. Nas viagens que faço com a Zen Family pelo mundo, já tenho este trabalho de casa feito e poupo os viajantes a constrangimentos alimentares. Quase todas as refeições são escolhidas ou orientadas por mim e seguem sempre as premissas de uma alimentação consciente e natural. Esta curiosidade com a gastronomia e os cuidados com a alimentação mesmo em viagem, deram origem ao meu primeiro livro “Viagens da Comida Saudável”, das Edições Chá das Cinco.

Pela minha experiência estar longe de casa, em países desconhecidos, com matrizes culturais diferentes e onde se falam línguas que não entendemos pode ser tão enriquecedor como assustador. Sobretudo se ficarmos doentes, o que pode acontecer com relativa facilidade se não observarmos alguns princípios básicos no que diz respeito à saúde, à higiene e à alimentação.

 

Quero partilhar convosco alguns cuidados que tenho sempre que viajo, para que não haja sobressaltos de maior e que se têm revelado eficazes.

A experiência diz-me que há uma relação estreita entre o sistema nervoso e a resposta do sistema imunológico. Uma atitude calma e descontraída, juntamente com alguma atenção e vigilância, garantem bons resultados face a muitas situações que não prevemos. Bom senso e autoconhecimento sobre a nossa própria adaptabilidade, condição e constituição devem fazer sempre parte da nossa bagagem.

  • Açúcares simples

Algo que faço, obrigatoriamente, antes de entrar em viagem é deixar de comer açúcares simples. Nada de doces e sobremesas, nem mesmo aquele pedacinho de chocolate negro que tanto me agrada, principalmente se o destino para onde vou tem um clima bem diferente do que se faz sentir onde vivo, onde estou. Evitando os açúcares, principalmente nos quatro dias que antecedem a viagem e os primeiros quatro dias de viagem, ajuda o nosso organismo a manter a imunidade e a não acidificar.

  • Próbióticos

Para aumentar a minha imunidade e, assim, aumentar a minha adaptabilidade aos locais para onde vou, tento reforçar o sistema imunológico consumindo próbióticos diariamente 5 dias antes da viagem e nos primeiros 5 dias de viagem, no mínimo. Uma boa alternativa de próbiótico é beber um copo de água quente com uma colher de chá de miso de cevada, diariamente, em jejum. Esta opção pode não agradar a todos porque o miso tem um sabor muito particular, mas eu adoro. O miso é um produto fermentado à base de soja e um cereal (neste caso a cevada), rico em bactérias benéficas para povoar a nossa flora intestinal, motivo pelo qual reforça a nossa imunidade. Existem, no entanto, alternativas probióticas naturais, em cápsulas, gotas e saquetas. É uma questão de procurar. Eu prefiro sempre comida e, por isso, opto pelo miso.

Prevenir problemas nesta área implica aprendermos a seleccionar alimentos e bebidas. Até nos apercebermos de quais são os mais seguros, ou que representam menos risco, temos de ser rigorosos, sobretudo nos primeiros dias. À medida que o nosso organismo se adapta, podemos aumentar o grau de abertura a novas experiências.

  • Água

A água é algo que tenho sempre em atenção. Não é pela questão de a água ser potável ou não, é, sim, pela questão de nas diferentes regiões do mundo os microrganismos que a água contém serem diferentes dos que estamos habituados em Portugal. Por exemplo, no Butão, um país com um grau de poluição baixíssimo, com água límpida e cristalina nos rios, que a população local bebe directamente, nós não devemos fazer o mesmo, pelo menos nos primeiros dias. Os microrganismos são diferentes e corremos o risco de ter alguma dificuldade de adaptação (como uma ligeira diarreia).

O que eu faço em qualquer parte do mundo é, nos primeiros dias beber sempre água engarrafada, com o cuidado de verificar se a tampa está intacta e não ter vergonha de pedir outra, caso isso não se verifique. Beber chá, isto é água fervida, onde terei contacto com esses microrganismos já mortos ou atenuados e, assim, começar a adaptar o meu sistema imunológico. Outros cuidados (dependendo dos países) são: lavar os dentes com água engarrafada, evitar bebidas com gelo e saladas (lavadas com água). A experiência diz-me que devemos ter estes cuidados pelo menos nos quatro primeiros dias. Depois podemos diminuir a nossa vigilância, porque o nosso sistema imunológico já esteve em contacto com os microrganismos diferentes e sabe como defender-se.

  • Leite

É de evitar leite – na minha opinião, qualquer tipo de leite sempre, pois é um alimento que ajuda o nosso corpo a produzir mucos e a acidificar. Eu não sou a favor do consumo de produtos lácteos, mas se para si é importante ingeri-los, prefira o ultrapasteurizado (UHT) ou pasteurizado (leite do dia), fervendo-o antes de beber.

  • Alimentação

Opto por alimentos bem cozinhados em vez de crus ou mal passados, principalmente nos primeiros quatro a sete dias de viagem. Evito todos os molhos, especialmente maioneses e molhos que levam natas.

  • Fruta

E, ignoro a fruta nos primeiros dias. Isto porque a fruta possui um elevado teor de frutose que faz com que o nosso meio interno fique mais ácido, logo mais susceptível ao crescimento de microrganismos que nos são estranhos. Quando as ingerirmos, é melhor optar por frutas que possam ser descascadas e, claro, está que sejam locais e da época. Esta premissa, às vezes, leva a que deixemos de experimentar frutas que parecem interessantes. Estou a lembrar-me de uma fruta em particular, que tenho muita curiosidade em provar, mas que ainda não tive oportunidade. Eu tenho imensa curiosidade para perceber a que sabe a “jaca”, uma fruta que vejo quando vou ao Brasil. Infelizmente ainda não tive oportunidade, porque sempre que lá fui, não estava na época das jacas. Claro que podia provar, vindo de outro país, ou de estufa (embora creia que esta opção para as jacas não exista), mas não estaria comer local, nem sazonal. Não estaria a adaptar o meu organismo aquele local.

Estes cuidados têm se revelado muito úteis, pois não tenho tido questões de saúde e a adaptabilidade a novos locais tem sido quase imediata. Às vezes sinto o corpo a contrair ou a expandir dependendo da variação climatérica entre os países que visito, mas isso não se reflecte na minha saúde, humor e vitalidade.

Boas viagens.

Atrevam-se a ser diferentes.

Vivam conscientes!

Um dos melhores livros do Mundo – Cozinhar com Amor

30 May 2018 sem comentários daniela

Cozinhar com Amor Ganhou

Somos vencedores!

Estou muito feliz. O meu livro “Cozinhar com Amor” é um dos melhores livros do mundo. É um dos vencedores dos Gourmand Cookbook Awards deste ano, na categoria receitas caseiras fáceis.

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A Alimentação e a Saúde Feminina – artigo no Simply Flow by Fátima Lopes

14 May 2018 sem comentários daniela

Nós mulheres temos um corpo com necessidades especificas, bem diferentes do género oposto. Ciente disto a querida  Fátima Lopes,  que conhece bem o meu trabalho, pediu-me para escrever um artigo para a sua plataforma de saúde e bem-estar – Simply Flow by Fátima Lopes.

A Alimentação e a Saúde Feminina

O corpo feminino tem características muito próprias, que vão mudando com a idade. Seguir uma alimentação tendencialmente mais de origem vegetal, local, sazonal, com horários regulares, sem produtos industrializados e processados, com baixo teor em açúcares de absorção rápida, beneficia tanto o género feminino como o masculino, mas hoje o artigo é direccionado para as mulheres e para a saúde feminina, de forma a aproveitarmos todo o potencial do nosso organismo.

O corpo feminino possui tendencialmente menos massa muscular, mais gordura e um metabolismo mais lento. Além destas características, os ciclos menstruais, a gestação e a menopausa influenciam intensamente a nossa saúde, e manifestam-se sempre nos nossos corpos físico, mental e emocional. Cuidar da alimentação desde cedo é fundamental para manter uma boa forma física e saúde durante todas as fases da vida.

Dos 20 aos 30 anos

Normalmente dos 20 aos 30 anos, a mulher passa por várias alterações hormonais, que influenciam o corpo e humor, principalmente durante a altura do ciclo menstrual. A TPM (Tensão Pré-Menstrual) é causada pela diminuição do estrogénio e aumento da progesterona, o que causa a diminuição da serotonina – a hormona da auto-estima. Nesta fase é comum ficarmos mais sensíveis. Por isso, é importante dar ênfase a alimentos ricos em vitamina B, como os cereais integrais, a banana, as castanhas, as leguminosas e alimentos ricos em magnésio e ácido fólico que ajuda na produção de serotonina, e que se podem encontrar vegetais verdes escuro como a rúcula, as acelgas, a couve portuguesa e na couve-flor.

Dos 30 aos 40 anos

Na idade dos 30 aos 40 anos, a produção de colagénio, uma proteína que auxilia a manter a firmeza da pele, começa a diminuir. É o desespero de muitas mulheres! O ideal nesta fase é complementar a alimentação saudável e equilibrada com alimentos que ajudem a repor o colagénio. Os alimentos ricos em vitamina C potencializam a produção de colagénio. Frutas como o kiwi e a laranja e vegetais verdes como os brócolos, as couves e a salsa são uma boa opção.

Durante quase toda a vida da mulher, é importante manter uma boa ingestão de alimentos ricos em ferro, isto porque, com o período menstrual, este é um nutriente que é comum perder e muitas vezes entra em défice. Alimentos naturalmente ricos em ferro são as leguminosas, vegetais verdes como brócolos, sementes de sésamo, cereais integrais como a quinoa e a aveia.

Menopausa

A menopausa surge normalmente depois dos 50 anos, além da diminuição do colagénio, as hormonas femininas relacionadas com o ciclo menstrual, como o estrogénio, também diminuem. Nesta fase o metabolismo feminino fica ainda mais lento, favorecendo o aumento de peso e a perda da massa muscular. Alimentos ricos em vitaminas D, B6 e C devem ser consumidos com regularidade. Uma alimentação adequada, equilibrada e variada pode prevenir o aparecimento de doenças comuns após a menopausa, como o Alzheimer e a osteoporose.

Independente da fase em que se esteja, uma alimentação saudável, equilibrada, com foco em produtos de origem vegetal, local, sazonal e variada contribui para ter mais saúde e vitalidade, assim como para prevenir doenças como diabetes, hipertensão, obesidade, colesterol elevado e doenças cardiovasculares.

Uma alimentação consciente e natural aliada a um estilo de vida saudável são a melhor opção em todas as idades.
Aqui fica uma sugestão culinária boa para todas as idades, que podem encontrar no meu livro “Cozinhar com Amor” – nomeado para a final dos Gourmand Awards em Yantai, na China – e deve ser acompanhada de vegetais salteados ou de uma boa salada e de um cereal integral a gosto. Eu adoro a combinação com arroz integral polvilhado com sementes de sésamo.

Falafel de grão-de-bico

Índia Sul – Sol, Silêncio e Ser – Fevereiro 2018

25 Feb 2018 sem comentários daniela

Índia Sul – Sol, Silêncio e Ser

Viagens com Alma

Índia Sul é sempre um destino que estou disposta a repetir. Há 3 anos atrás viajei para aqui pela primeira vez, com a Zen family e fiquei rendida. Paisagens de tirar o fôlego, clima tropical, pessoas cativantes, culinária exótica são só alguns dos itens que posso nomear desta viagem com Sol, Silêncio e Ser.

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Cozinhar com Amor – artigo no Simply Flow by Fátima Lopes

23 Feb 2018 sem comentários daniela

Como é apanágio de Fevereiro, esta é uma quadra propensa para o Amor que paira no ar e, por isso, Cozinhar com Amor é imperativo! Seja neste mês, como em todos os outros dias. A Fátima Lopes, conhecendo bem o meu trabalho, pediu-me para escrever um artigo para a sua plataforma de saúde e bem-estar – Simply Flow by Fátima Lopes.

Cozinhar é uma forma de amar

Cozinhar e comer estão intimamente ligados, como é fácil de perceber. “Cozinhar é uma forma de Amar.” Esta é uma frase de Mia Couto que, quando li pela primeira vez, adorei, mas não percebi logo a profundidade deste conceito…

Cozinhar é uma forma de amar, pois de uma forma descomprometida esforçamo-nos por dar aos outros o que sabemos fazer de melhor, porque os amamos e os queremos nutrir. E, são os afectos que nutrimos pelos outros que tornam esta actividade em algo belo e único.

Mas, se cozinhar é uma forma de amar, comer é um acto de amor connosco! Acredito que comer é um gesto de amor-próprio importantíssimo, que o acto de comer é mais do que ingerir nutrientes. Que através deles podemos ingerir energias subtis e transformar as nossas vidas e a de todos os que nos rodeiam através das escolhas que fazemos.

A importância de fazer uma alimentação saudável

Cozinhar é pegar no poder da Natureza, conjugá-la, mesclá-la e fazer pratos cheios de energia, vitalidade e amor, que nutrirão todas as facetas do nosso ser e dos seres por nós amados. Nada melhor do que fazer uma alimentação saudável, com alimentos conscientes e naturais, pois são os mais saudáveis para o nosso corpo.

Nesta altura do ano, que ainda se sente bastante o frio, nada melhor do que fazer refeições saudáveis com alimentos que nos aqueçam a alma, o coração e o corpo. Por isso, deixo-vos como sugestão duas receitas que podem encontrar no meu livro “Cozinhar com Amor” e que combinam na perfeição, fazendo com que o prato fique completo nutricionalmente!

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Daniela Ricardo com Fátima Lopes ( Cozinhar com Amor)

Soba salteada com bok choy

A palavra soba significa trigo-sarraceno na língua japonesa. No entanto é genericamente utilizada para denominar a massa no oriente. Em Portugal esta denominação é utilizada somente para a massa de trigo-sarraceno. Esta é uma massa excelente para usar no inverno. Nas outras estações do ano, faça esta mesma receita com outro tipo de massa – udon, noodles, massa de arroz ou até mesmo com a nossa conhecida esparguete.

Grau de dificuldade: Fácil
Tempo de preparação: 20 min
Rendimento: 4 pessoas
Sem Glúten – Sem lactose – Vegan

Ingredientes:

  • 1 pacote de soba (massa de trigo sarraceno)

  • 1 colher de sopa de óleo de sésamo

  • 1 colher de sopa de gengibre fresco picado

  • 3 dentes de alho grandes, picados

  • 2 colheres de sopa shoyu

  • 1 colher de sopa de mirin

  • ¼ colher de chá de uma erva aromática a gosto (seca ou em pó)

  • 3 molhos de bok choy.

Cozinhe a soba conforme as instruções da embalagem. Escorra e lave com água fria para parar a cozedura e reserve. Entretanto prepare os vegetais.

Numa panela grande em fogo médio, refogue o gengibre e o alho no óleo de sésamo, cerca de 30 segundos, até sentir o aroma. Amacie com o mirin mexendo para remover o que poderá estar colado. Adicione o shoyu, a erva aromática seca ou em pó e os caules de bok choy. Refogue cerca de 2 minutos. Adicione a restante bok choy e refogue por cerca de 3-5 minutos, até se tornarem mais verdes e macios e embora ainda levemente crocantes. Misture a soba e deixe aquecer um pouco.

Divida a mistura de soba igualmente por 4 pratos. Cubra com dois pedaços de tempeh grelhado e sirva de imediato.

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Tempeh grelhado com gengibre

O tempeh é normalmente um produto de soja fermentado, que é considerado o “caviar” dos vegetarianos e que tem tudo para cair nas graças dos amantes dos temperos. Em estado bruto é discreto e só revela sua personalidade quando salpicado com shoyu, pimenta ou outras especiarias. Hoje, graças ao Salvatore Lucherino, do Sal´s Tempeh, temos à nossa disposição tempeh a partir de outras leguminosas como o feijão azuki e o grão-de-bico, sempre feito de modo artesanal. Se puderem não deixem de experimentar.

Ingredientes:

  • 250g de tempeh

  • ½ chávena de chá de água

  • 1 colher de sopa de miso de cevada

  • 2 colheres de sopa de shoyu

  • 1 colher de sopa de gengibre fresco ralado

  • 1 dente de alho picado

  • 1 colher de sopa de óleo de sésamo


Corte o tempeh em 8 fatias e cozinhe-as ao vapor 10 minutos. Enquanto o tempeh cozinha, misture o óleo, a água, o miso, o shoyu, o dente de alho e o gengibre, até ficar bem agregado. Coloque o tempeh envolvido nesta mistura e deixe-o marinar durante duas horas (ou de preferência de um dia para o outro).

Na hora de servir aqueça um grelhador. Quando o grelhador estiver quente, cozinhe o tempeh cerca de 3-4 minutos de cada lado. Pincele cada lado do tempeh com a marinada e não se esqueça que este deve ficar com marcas de grelhar, pois torna-se mais agradável ​visualmente.

Sirva em cima de massa acabada de fazer, como a soba salteada com bok choy.

Atreve-te a ser diferente!

Alimenta-te de uma forma consciente!
Daniela Ricardo

Marrocos, um despertar interior

08 Feb 2018 sem comentários daniela

Marrocos, um despertar interior!

Marrocos, nomeadamente a viagem ao Deserto dos Sonhos da Zen Family é uma viagem que nos faz mergulhar dentro de nós próprios e despertar o nosso ser interior.

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Comer – Uma forma de Amar!

08 Feb 2018 sem comentários daniela

Comer – Uma forma de Amar!

Quando nos alimentamos, o nosso corpo absorve os elementos que lhes são úteis e procura desembaraçar-se daqueles que lhe são estranhos ou nocivos. A alimentação deve ser entendida como tudo o que o nosso corpo absorve, seja através da comida, seja através dos pensamentos e emoções.

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Esfregar o Corpo reforça a imunidade

01 Feb 2018 sem comentários aBiofamily

Esfregar o Corpo reforça a imunidade

À primeira vista esfregar o corpo com uma toalha quente e húmida, nada tem a haver com o sistema imunitário. Pois bem, só à primeira vista é que isso acontece.

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“Cozinhar com Amor” – Vila do Conde

01 Feb 2018 sem comentários aBiofamily

Workshop “Cozinhar com Amor”

Vila do Conde, no dia 30 de Janeiro de 2018, foi o palco para mais um workshop de alimentação consciente e natural, desta feita no Instituto Vera Elvas.

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Impermanência

24 Jan 2018 sem comentários aBiofamily

Impermanência

Observar a Natureza leva-nos ao conceito de Impermanência.

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“Cozinhar com Amor” nos Gourmand Awards

24 Jan 2018 sem comentários aBiofamily

“Cozinhar com Amor” nos Gourmand Awards

O meu livro “Cozinhar com Amor” foi vencedor da Categoria Receitas Caseiras Fáceis (Easy Home Recipes), do Gourmand Awards em Portugal e está entre os finalistas a nível internacional.

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O Alimento – uma carta de amor da Natureza

28 Dec 2017 sem comentários aBiofamily

O Alimento – uma carta de amor da Natureza

O Alimento é uma carta de Amor enviada pela Mãe Natureza!

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A Microbiota

22 Dec 2017 sem comentários aBiofamily

A Microbiota

A microbiota humana consiste na enorme quantidade de bactérias que vivem em harmonia no corpo humano auxiliam na ação do sistema imunitário e na nutrição.

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Luís Baião – Mentor da Zen family

18 Dec 2017 sem comentários aBiofamily

Luís Baião

Quem é Luís Baião? O que o move?

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Daniela Ricardo

12 Dec 2017 sem comentários aBiofamily

Daniela Ricardo

Quem é Daniela Ricardo? Qual a sua paixão?

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O Tempo Presente

17 Nov 2017 sem comentários aBiofamily

O Tempo Presente

Aqui no Perú, ao contemplar as montanhas perguntamos interiormente há quanto tempo elas estão ali? Parece que têm todo o tempo do Mundo!

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Artigo na Visão – livro “Viagens da Comida Saudável”

20 Sep 2017 sem comentários aBiofamily

“Viagens da Comida Saudável”

Em Viagens da Comida Saudável, Daniela Ricardo relata as receitas de nove países, incluindo Portugal, e a melhor forma de as adaptar aos produtos locais e às técnicas nacionais

Já passaram doze anos desde que Daniela Ricardo teve o seu primeiro contacto com a comida saudável. No livro que agora edita, Viagens da Comida Saudável (edições Chá das Cinco, pág. 272, €16,90), à venda a 19 de fevereiro, a enfermeira de 39 anos relata as experiências gastronómicas das suas viagens, revelando a passagem, em todos os nove países, pelas casas dos locais onde aprendeu os segredos de receitas antigas de família. No Peru, Brasil, Marrocos, Nepal, Tailândia, Vietname, Camboja e Portugal, o objetivo era aprender a cozinhar as receitas tradicionais e perceber como podia adaptá-las aos produtos e técnicas portuguesas – um dos princípios base da macrobiótica.

Quando começou a praticar yoga e, ao mesmo tempo, a tirar o curso de shiatsu, Daniela Ricardo tornou-se mais vegetariana, pois “queria limpar as toxinas do meu corpo e ter mais flexibilidade”. Aumentou o consumo de legumes, introduziu algas, leguminosas e frutos secos na sua dieta, à medida que também reduzia a carne e de peixe. Mais tarde, a enfermeira que trabalha há 19 anos no Instituto Português de Oncologia do Porto em transplantação de medula óssea, percebeu que apesar destas mudanças, aparentemente, saudáveis, não fazia uma alimentação equilibrada. De vez em quando tinha desejos de doces, salgados e até fritos. “Muitas vezes o meu prato não estava completo. Faltavam os cereais integrais, fonte de hidratos de carbono, as leguminosas, como fonte proteica e as fibras e os minerais dos vegetais”. Nessa altura, uns amigos falaram-lhe da cozinha macrobiótica e Daniela Ricardo foi tirar o curso. Hoje em dia, a sua dispensa não passa sem quinoa, millet, cevada, aveia, bulgur e arroz integral, o seu preferido. Para divulgar um estilo de vida mais saudável e equilibrado criou, em conjunto com um amigo, o projeto Ideal Natural. Os workshops, palestras e aulas de culinária em escolas, instituições e espaços de terapias naturais, tornaram-se o braço direito do Instituto Macrobiótico de Portugal, que chegou a abrir uma delegação no Porto, entretanto encerrada.

Há dois anos, com o marido Luís Baião, fundador Zen Family, empresa que organiza grandes viagens por todo o mundo, fizeram-se à estrada para descobrir o que comem e como cozinham outros povos.

Segue-se uma quinzena, em março, no Butão, país onde em vez de Produto Interno Bruto existe Felicidade Interna Bruta. Sabe que cozinham de forma bastante diferente, com 100% de produtos de origem biológica. Está curiosa para perceber de que forma tratam as folhas da planta da pimenta. No próximo livro descobriremos.

Sopa harira
Em Marrocos aprendeu a fazer a massa da pizza berbere, muito diferente das italianas, pois em vez de usarem tomate e queijo, fazem-na com um estufado com ovo, vegetais e especiarias. A sopa harira feita com carne e especiarias passou a ser um caldo de leguminosas.

Gratinado de tofu em cama de quinoa com shiitake
Apesar de já cozinhar quinoa, só no Peru aprendeu a cozê-la de forma a deixá-la macia. Em vez de ser em água, eles usam leite, mas como Daniela não consome laticínios (por opção) usa bebida de arroz ou de aveia.

Brigadeiro
No Brasil, o doce brigadeiro deixou de ter leite condensado e passou a ser feito com geleia de arroz, frutos secos, ameixas e cacau.

Momos
Do Nepal trouxe a receita de momos, uma espécie de empadinhas cozidas ao vapor com recheios tão diversos como tofu ou vegetais.

Palak Tofu
Na Índia aprendeu como se faz palak paneer, um estufado cremoso à base de espinafre a que é adicionado queijo frito. Daniela rebatizou-o de palak tofu, usando grelos e tofu.

Rolinhos de massa de arroz
A massa de arroz dos típicos rolinhos do Vietname, parecidos com crepes chineses mas mais moles, é o único ingrediente, dos mencionados no livro, que Daniela não consegue encontrar de origem nacional.

Sopa Tom Yum
A dona de um pequeno restaurante junto ao templo Wat Pho (do Buda deitado), em Banguecoque, na Tailândia, perguntou-lhe se queria a versão para turistas ou a dos locais. Daniela arriscou a típica e não aguentou o picante da sopa tom yum.

Ser Grato

Ser Grato

03 Aug 2017 sem comentários aBiofamily

Ser Grato

Hoje em dia perdeu-se o hábito de agradecer a comida que temos à nossa disposição, agradecer o alimento que vamos ingerir, agradecer a todos o que fazem parte da cadeia até que ele chegue à nossa mesa. Perdeu-se o hábito de estar grato!

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Alquimia - Cozinha Inca

Alquimia

03 Aug 2017 sem comentários aBiofamily

Alquimia

Nas cozinhas do Perú, em pleno Vale Sagrado alquimiei e alquimiei-me!

Cozinhar é entrar no mundo da alquimia. É transformar, criar, combinar…É pegar nos alimentos, na matéria prima bruta e transformá-la.

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5 Sentidos - O Olfacto

5 sentidos : O Olfacto

02 Aug 2017 sem comentários aBiofamily

O Olfacto

Aprender a usar todos os sentidos é essencial para nutrir o nosso ser e para perceber o mundo em todas as suas dimensões!

O olfacto é apenas um deles. Sentido que nos deixa perceber fragrâncias doces, frutadas, pungentes, amargas, bem ou mal perfumadas,… Que quando aliado de um outro sentido, quase não reconhecido – A INTUIÇÃO – pode levar a resultados muito interessantes e de cortar a respiração.

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